Andy Murray (66.º) já tinha admirado o público na batalha de abertura, mas foi esta quinta-feira que o britânico atingiu proporções ainda mais epopeicas. A vitória por 4-6, 6-7 (4), 7-6 (5), 6-3 e 7-5 sobre Thanasi Kokkinakis (159.ª) tornou-se a segunda mais longa dos registos históricos do Australian Open e o desenlace só se conheceu em horas impróprias.
“Eu não sei quem beneficia com isto. Depois do encontro, em vez de se ouvir ‘épica batalha entre Murray e Kokkinakis’, é sobre isso que se fala. É uma farsa.”, começou por condenar o por cinco vezes finalista da prova, que só consumou a reviravolta após as quatro horas da madrugada, depois de uma fascinante batalha que se perdurou por quase seis horas.
Sem esquecer o papel preponderante executado pelas calorosas bancadas, o escocês entende o espírito de sacrifício desempenhado por alguns fãs: “Este público incrível permaneceu até ao fim e sinto-me muito agradecido pela atmosfera que criaram, sobretudo porque algumas pessoas têm de trabalhar no dia seguinte.”
“Se os meus filhos fossem apanha bolas neste torneio e chegassem a casa às cinco da madrugada, ficaria chateado com isto. Não é benéfico para eles, nem para os árbitros. Também penso que não seja maravilhoso para os fãs. E não é bom para os jogadores”, reprova o antigo número um mundial, que passou mais de dez horas em court nos primeiros dois compromissos da semana.
Solicita mudanças e propõe que a sessão noturna de torneios do Grand Slam contemple apenas um encontro: “Falamos sempre da mesma coisa, há anos que se fala disto. Mas quando se iniciam jogos da sessão noturna a horas tardias em condições como estas, já se sabe o que vai acontecer.”