O Australian Open estava a correr de feição à comitiva norte-americana, mas na John Cain Arena, onde se formou um ambiente frenético a fazer lembrar os velhos tempos de Taça Davis, um australiano tinha outros planos para o início da noite: Alexei Popyrin surpreendeu o número 1 dos Estados Unidos da América, Taylor Fritz, e celebrou apuramento para a terceira ronda do “seu” torneio do Grand Slam.
O encontro entre Popyrin (atual 113.º classificado no ranking ATP) e Fritz (número nove mundial) estendeu-se por cinco partidas e só ficou concluído após 4h02, graças aos parciais de 6-7(4), 7-6(2), 6-4, 6-7(6) e 6-2 favoráveis ao tenista da casa.
“Esta vitória significa tudo para mim. O último ano foi muito difícil, quase não ganhei encontros. Já ganhei tantos encontros este ano como em toda a época passada. Parece que estou a viver um sonho e não quero acordar”, revelou, muito emocionado, enquanto os cânticos do público com o seu nome ainda ecoavam pela terceira maior arena de Melbourne Park.
Top 60 no final de 2021, Popyrin não conseguiu transportar o sucesso para o ano seguinte e precisou, inclusive, de regressar ao nível Challenger para ganhar pontos e evitar uma queda ainda mais abrupta no ranking. Determinado a inverter o seu rumo na nova temporada, já tinha levado a melhor num braço de ferro de cinco partidas com Chun-hsin Tseng (que conhece desde os tempos na academia de Patrick Mouratoglou) e esta quinta-feira voltou a brilhar.
Embalado pelo público, que deu à John Cain Arena contornos de um palco de Taça Davis, o jovem australiano de 23 anos lutou de igual para igual com um dos melhores tenistas da atualidade. Os dois protagonizaram um dos melhores espetáculos do torneio até ao momento (40 ases e 141 winners entre ambos), até que a maior agressividade e eficácia na pancada de serviço do mais novo lhe permitiram fazer a diferença no segundo quinto set da semana, já depois de Fritz ter ficado ligeiramente limitado ao torcer um pé.
Apurado para a terceira ronda do Australian Open pela terceira vez (já o tinha feito em 2019 e 2020), Alexei Popyrin o norte-americano Ben Shelton, de 20 anos e atual campeão universitário dos EUA, que já é o número 92 mundial.
