OEIRAS — Primeiro torneio do ano, primeira final da carreira no ATP Challenger Tour, primeiro título: Arthur Fils viveu uma semana memorável na nave de campos cobertos do Complexo de Ténis do Jamor, em Oeiras, da qual se despediu com o troféu de campeão do Indoor Oeiras Open — e ainda a estreia no top 200 do ranking ATP. Acessível, bem disposto e falador, o ex-finalista de Roland-Garros júnior passou uma última vez pela sala de conferências de imprensa para abordar o feito que acabara de alcançar.
“É incrível estar aqui depois de vencer o meu primeiro título. Sabia que o Luca [Van Assche] tinha ganho na Maia, há poucos meses, e hoje de manhã quando acordei vi que o Arthur [Cazaux] venceu um Challenger na Tailândia e que o Richard [Gasquet] ganhou um ATP, por isso disse a mim próprio ‘okay, também tenho de ganhar’. “Estou a brincar, mas estou muito feliz com este título”, partilhou o jovem de 18 anos entre muitos sorrisos.
Fils é um dos muitos tenistas franceses da sua geração que começam a dar provas ao mais alto nível, quase todos com resultados de relevo também em Portugal, e para o fazer protagonizou “uma semana fantástica” no Indoor Oeiras Open. “Joguei muito bem durante toda a semana e terminar com uma vitória como esta é muito bom, porque a final foi dura e o meu adversário estava a jogar muito bem.”
O título fez-se com os parciais de 6-1 e 7-6(4) contra Joris De Loore, que venceu o torneio da semana passada e chegou à final deste sábado com 11 vitórias consecutivas no Jamor. pelo que o grau de dificuldade para a decisão era realmente elevado. E a forma como se comportou deixou Fils satisfeito: “O meu primeiro set foi incrível. Joguei muito, muito bem, fui muito agressivo e praticamente não falhei. Mas o segundo foi duro, houve um jogo muito longo ao 5-4, talvez de 20 minutos, em que precisei de salvar muitos set points [foram sete]. Por isso fiquei muito satisfeito por ter conseguido ganhar no tie-break.”
A conquista desta semana traduziu-se no primeiro título enquanto tenista profissional para Arthur Fils, que perdeu duas finais em torneios ITF durante a temporada trasanta. E não poderia ter sido uma ocasião mais especial, dado que a apoiá-lo nas bancadas esteve a pessoa mais especial para a sua carreira: “Comecei a jogar ténis com o meu pai quando tinha cinco anos, por isso tê-lo aqui comigo, a assistir aos meus encontros esta semana, é simplesmente fantástico. Tem sido um grande percurso, mas é apenas o início”, prometeu o jovem gaulês, que entre uma última gargalhada explicou as memórias que levará consigo desta primeira passagem por Portugal: “Vou lembrar-me de que perdi um set e que esse set foi 0-6 [risos]. Vou sem dúvida lembrar-me da final, do ambiente e das boas sensações que tive por estar aqui.”