OEIRAS – O Indoor Oeiras Open tem nesta sexta-feira as meias-finais tanto de singulares como de pares. Na competição individual o elenco é de assinalar: Pierre-Hugues Herbert e Ricardas Berankis já jogaram finais APT e marcaram presença nos maiores palcos da modalidade, Joris De Loore segue com 10 triunfo seguidos na nave dos campos cobertos do Jamor e Arthur Fils estreia-se nesta fase, mas veio para ficar.
A primeira semifinal vai opor dois enormes servidores e dois jogadores em fases bem distintas. Os dois com mais ases no torneio – Herbert 18, De Loore com uns impressionantes 34 – privilegiam pontos curtos, ainda que apresentem tipos de jogos distintos. O carismático francês, dono do melhor palmarés da competição, sobretudo em pares, tem um ténis da velha guarda, aplicando muitos slices, subidas à rede, respostas dentro do campo e parece que ‘adormece’ os oponentes para os massacrar e retirar ‘a mão’, anulando todo e qualquer ritmo. Já o belga, que parece invencível em Oeiras, ultrapassa os adversários em potência, vários winners e com ‘saques’ indefensáveis.
A percentagem de primeiros serviços vai ser fulcral para saber quem se impõe no duelo. No caso de Herbert ainda mais, pois De Loore é fortíssimo nas combinações um-dois e o gaulês, dos quatro protagonistas, é o que tem mais baixo aproveitamento das segundas bolas (50%, para 60% do belga). É importante para o antigo 36.º do ranking conseguir minar a confiança de De Loore, que lidera todos os departamentos nos golpes de saída do torneio e foi quebrado somente numa ocasião (e só ‘ofereceu’ quatro chances) neste segundo Indoor Oeiras Open (face ao compatriota Raphael Collignon) e quatro vezes em toda a quinzena (uma por Gonçalo Oliveira, duas por Cem Ilkel, que esteve a um ponto de o derrotar, no único set que cedeu até agora em duas semanas).
E se Pierre-Hugues Herbert já disputou inúmeros encontros desta estirpe em toda a sua carreira e está motivado por estar a apresentar bom ténis após seis meses de paragem devido a lesão no joelho esquerdo, Joris De Loore está na forma da sua vida – no passado domingo ergueu o primeiro título da carreira Challenger e está a duas vitórias da ‘dobradinha’. O belga tem o condão de puxar sempre os embates para os seus modos e obrigar os opositores a adaptar. A tendência deverá manter-se, mas o francês tem todas as armas para o desregular e tirar da zona de conforto.
A segunda meia-final tem contornos totalmente distintos. Haverá, certamente, maiores trocas de bola entre dois atletas que gostam de dominar no fundo do campo. Berankins é o primeiro cabeça de série novamente e a opção de não viajar para o Australian Open começa agora a dar frutos, depois de ter ficado pela segunda ronda no primeiro torneio. O lituano – antigo 50.º, agora 185.º da hierarquia, ainda não apresentou o seu melhor nível no Jamor e é o tenista com piores registos de serviço dos semifinalistas, tendo cedido o ‘saque’ em nove ocasiões, duas delas a servir para o encontro nos quartos de final.
E apesar de ter na resposta uma das suas grandes valências, Berankis tem um adversário ainda mais forte nesse capítulo até então. Arthur Fils – antigo número três júnior e finalista de Roland-Garros – é quem melhor aproveita break points (11 de 19), mais jogos de resposta ganha (11 de 29) e quem mais pontos ganha na resposta ao segundo serviço (67%), tendo consetido apenas quatro vezes o golpe de saída.
A pressão que o jovem francês de 18 anos exerce pode fazer pender a balança para o seu lado, além da ‘fome de bola’ que mostra – “não estou aqui para chegar às meias-finais, mas sim para ganhar o torneio”. No entanto, Berankis ainda tem margem para subir o nível de jogo e arrecadou os quartos de final na “experiência”, face ao também jovem valor Dino Prizmic.
Ready? Play.
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