O contrato de 25 anos e 3 mil milhões de dólares que a Federação Internacional de Ténis (ITF) e a Kosmos anunciaram em 2018 com o objetivo de revolucionarem a Taça Davis só durou cinco anos: o anúncio foi feito esta quinta-feira, de forma inesperada, e terá resultado da indisponibilidade da empresa detida por Gerard Piqué corresponder ao pagamento dos valores anuais acordados inicialmente.
Oficializado a 26 de fevereiro de 2018, o acordo multimilionário entre a ITF e a Kosmos aproximou a Taça Davis do formato de um Campeonato do Mundo de Futebol, mas o novo modelo nunca reuniu consenso e sofreu, aliás, alterações em todas as edições — desde 2019, em Madrid, a 2022, já dividido entre Bolonha, Glasgow, Hamburgo, Valência e, por fim, Málaga.
No comunicado emitido esta quinta-feira, a ITF garantiu ter reunidas as condições para levar a cabo a edição de 2023 tal como previsto. Ou seja, com as Davis Cup Qualifiers já em fevereiro e as Davis Cup Finals divididas entre setembro (fase de grupos) e novembro (com os quartos de final, meias-finais e final numa só cidade).
O anúncio foi feito a menos de um mês da primeira fase da competição, que contará com a participação de Portugal (a 4 e 5 de fevereiro na Maia, contra a República Checa) e que poderá, aliás, ser histórica para a equipa das quinas, que procurará o primeiro apuramento da sua história para a fase final da competição.
O acordo megalómano incluía um pagamento anual de 40 milhões de dólares por parte da Kosmos à ITF e terá sido após uma tentativa falhada de negociação da redução desse montante que a empresa, detida pelo ex-futebolista do Barcelona, optou por abandonar o barco.