OEIRAS – Pedro Sousa regressou esta quarta-feira aos quartos de final pela primeira vez desde Maio de 2021, garantido também a estreia na mesma fase em torneios piso rápido no ATP Challenger Tour. O antigo 99.º do ranking ATP, agora 494.º, não ficou satisfeito com a exibição até ao término do segundo parcial, mas o certo é que ultrapassou o espanhol Pol Martin Tiffon (292º) para marcar duelo empolgante com o carismático francês Pierre-Hugues Herbet na antepenúltima fase do Indoor Oeiras Open 2.
Sobre o segundo triunfo da semana, Pedro Sousa admitiu ter sido “complicado”. “Não estava tão bem hoje, estava com pouca energia. As últimas noites em casa têm sido difíceis [tem dois filhos pequenos]. Estava sem velocidade e principalmente a responder não estava a conseguir fazer praticamente nada. Mas fui-me aguentando com o serviço e a verdade é que acabei por criar chances no final do segundo set, sem saber bem como, e levei para terceiro. No terceiro estive melhor, mas foi um milagre isto ter caído para o meu lado”, sublinhou.
O certo é que depois desse “milagre” o lisboeta dispôs de imensas oportunidades para resolver a questão bem mais cedo, mas a 5-2 cedeu dois jogos seguidos e viu a situação mal parada. “Não é fácil lidar com essas situações, mas ainda bem que passo por elas, só me vão fazer melhorar. Estive bem nesse aspeto. Dos seis match points, só um não foi no primeiro serviço e quando servi para fechar ele desatou ao estoiro e estava tudo a entrar. Não é fácil, mas não havia muito a fazer. Depois voltei a ter 0-40, pensei um bocadinho nisso porque tinha mais três e ainda batia algum recorde (risos), mas felizmente consegui fechar“.
Segue-se a vedeta Pierre-Hugues Herbert, que ao 36.º de singulares (agora 304.º) soma um dos melhores currículos de pares da atualidade. Um encontro que não será um estreia entre ambos, pois em 2021 o francês triunfou por 6-1 e 6-3. “São condições diferentes, com calor e a boa a voar muito. Eu vinha de terra batida e caí de para-quedas em Miami. Espero que aqui seja diferente. Sei que ele também vem de lesão e está à procura de voltar ao melhor nível e espero fazer um bom encontro, vamos ver como corre”.
Sem achar estranho ver Herbert a atuar no Challenger português, porque “faz parte da carreira de um jogador”, Sousa acha que se o gaulês “fizer as coisas bem vai passar este momento rápido”. E mesmo sabendo que na nave dos campos cobertos do Complexo de Ténis do Jamor “é tudo muito rápido”, o que tornará o encontro “difícil de lidar”, o lisboeta espera atingir as meias-finais. “Ele tem muita qualidade em tudo o que faz. O serviço é muito bom, o volei também, a resposta é muito boa. Lembro-me que estava sempre a defender e a jogar em recurso contra ele. Vou tentar servir bem, aguentar a resposta e fazer jogar o mais possível no serviço dele”.