OEIRAS — Este domingo é dia de cardápio preenchido no Complexo de Ténis do Jamor, que se prepara para coroar o primeiro campeão do ano em torneios do ATP Challenger Tour organizados em Portugal, ao mesmo tempo que a armada portuguesa regressa à nave de campos cobertos do histórico recinto para ir a jogo na fase de qualificação. Termina um Indoor Oeiras Open, arranca outro — este de categoria superior e, por isso, com mais pontos (75) e dinheiro (9.880 euros só para o campeão) em jogo.
De Loore, Jianu e a busca por um título inédito
Agendada para as 11 horas, no court principal da nave, a final de singulares terá como resultado um inédito campeão no circuito secundário. Ou o belga Joris De Loore, de 29 anos e número 341 mundial, ou o romeno Filip Cristian Jianu, que aos 21 anos figura no 304.º lugar.
Em fases diferentes das respetivas carreiras, os dois têm no primeiro torneio do Jamor a oportunidade de começar 2023 com um resultado que, já admitiram, não esperavam chegar logo na primeira semana da temporada.
Se para De Loore se trata de um regresso a finais pela primeira vez em mais de seis anos, quando ainda era um jovem em ascensão que dava à Bélgica esperanças de contar com mais um jogador entre a elite, para Jianu trata-se de mais uma nota positiva no caminho ascendente que tem vindo a escrever desde os tempos de júnior, que o levaram ao top 5 do ranking mundial.
Joris De Loore destaca-se sobretudo pela pancada de serviço, que deu muitas dores de cabeça ao português Gonçalo Oliveira no encontro da segunda ronda e voltou a ser decisiva na sexta-feira, a caminho de uma suada vitória sobre o turco Cem Ilkel no tie-break do terceiro set, depois de disparados 19 ases. Já Filip Cristian Jianu, não só gosta de desgastar os adversários com uma capacidade de devolução de bolas superior, como chega (e este pode ser o fator fundamental) significativamente mais fresco ao encontro mais importante da semana.
Araújo, Rocha, Coelho e Pereira desafiam favoritos
É também para as 11 horas que estão marcados os primeiros serviços do Indoor Oeiras Open 2, mas a comitiva lusa em ação — composta por quatro elementos — só irá a jogo quando o título do Indoor Oeiras Open 1 estiver entregue. A partir daí, o court principal estará totalmente reservado aos jogadores da casa, que em comum têm o facto de desafiarem jogadores mais cotados. Uma semana depois do qualifying ter ficado concluído sem vitórias portuguesas, qualquer triunfo já será uma nota positiva, até porque o grau de dificuldade é elevado para todos.
Entre a comitiva portuguesa, o primeiro a ir a jogo será Fábio Coelho. No mesmo court onde há sensivelmente dois meses fez história ao conquistar o título de campeão nacional absoluto (e ao qual regressou semanas depois para vencer o nacional de equipas com a Escola de Ténis da Maia), o jovem de 22 anos poderá tirar proveito da maior frescura física para fazer frente ao turco Cem Ilkel (378.º), que ainda este sábado perdeu nas meias-finais do Indoor Oeiras Open após cerca de 2h40.
Se conseguir surpreender, celebrará pela primeira vez (e após 11 tentativas, a mais recente num encontro que o deixou visivelmente desiludido) uma vitória de singulares em provas do ATP Challenger Tour, depois de já o ter feito em seis ocasiões nos pares.
O segundo português a ir a jogo será Henrique Rocha (850.º), que há uma semana foi o que esteve em melhor posição de celebrar no arranque do novo ano. Ainda com 18 anos, e a entrar no primeiro ano como “tenista profissional a tempo inteiro”, o bicampeão nacional de juniores vai medir forças com o brasileiro Gabriel Decamps (323.º e segundo pré-designado).
Depois, a jornada será de estreia para o jovem Tiago Pereira. Número 1421 do ranking mundial de singulares, o algarvio fechou 2022 com a ida a jogo no qualifying de juniores do US Open e as duas primeiras finais de pares no circuito profissional (terminou ambas como vice-campeão em Monastir). Agora, com a primeira oportunidade noutro nível, entrará sem pressão para defrontar o ex-top 70 Kenny De Schepper, atual 350.º
A jornada ficará concluída com o encontro entre Pedro Araújo (653.º colocado no ranking) e o alemão Elmar Ejupovic (326.º e quarto favorito). A regressar depois de uma lesão no joelho que o afastou da competição durante cerca de quatro meses, o lisboeta terá mais uma oportunidade de lutar pela primeira vitória desde setembro de 2022 naquele que também para ele é um court de boas memórias — foi aqui que, há pouco mais de um ano, alcançou a final do Campeonato Nacional Absoluto.
Indoor-Oeiras-Open-2-2023-—-OOP-08-01-2023
