Indoor Oeiras Open, dia 3: armada portuguesa tenta primeira vitória na prova

Sara Falcão/FPT

OEIRAS – O saldo não é simpático até agora para as cores nacionais no Indoor Oeiras Open. Tanto o quarteto do qualifying como Jaime Faria foram derrotados, pelo que, na vertente individual, sobram João Domingues, Pedro Sousa e Gonçalo Oliveira. Todos com estreia esta terça-feira na nave dos campos cobertos do Complexo de Ténis do Jamor.

A partir das 11 horas a ação decorre no Court 1 (o principal), destinado exclusivamente aos representantes portugueses. João Domingues (287.º ATP) é o primeiro a tentar o acesso à segunda eliminatória e vai encarar o monegasco Valentin Vacherot (290.º).

Domingues habitualmente escolhe o calendário em torno do pó de tijolo, superfície de maior sucesso na carreira. Será um primeiro embate entre ambos e Vacherot terá a vantagem de preferir pisos mais rápidos como este no Jamor, visto que todo o seu currículo enquanto profissional (cinco títulos, um Challenger em 2022) foi construído em hard courts.

Só que Domingues deverá vir com energias renovadas. Depois de anos difíceis por conta dos inúmeros problemas físicos, o oliveirense deu sinais na segunda metade de 2022 de estar aos poucos a regressar ao seu nível, livre de lesões. Estas duas semanas no Estádio Nacional não serão certamente um microcosmos do que pode ser a temporada de Domingues, mas há a curiosidade de perceber como aparecerá o ex-150 ATP em 2023.

De João Domingues passamos para Pedro Sousa e para a melhor notícia, para já, do ano tenístico português: depois do futuro em aberto deixado no Maia Open, e de uma despedida de 2022 em lágrimas, o antigo 99.º do mundo apareceu na lista de inscritos do primeiro torneio português do ano, o que ao que tudo indica significa que a decisão foi positiva para todos os amantes lusos de ténis.

No primeiro encontro do ano, Pedro Sousa – que pela primeira vez em seis anos falha um torneio do Grand Slam por ranking (caiu para o posto 494) e não por lesão – vai medir forças com o alemão de esquerda a uma mão Elmar Ejupovic, um jogador possante, que habitualmente compete por cá e que nunca confirmou exatamente todos os pregaminhos disponíveis (é 326.º aos 29 anos, o melhor que conseguiu foi ser 291.º), apesar de ser bastante perigoso nestas condições.

Independentemente do resultado, umas das questões do ano é saber se Pedro Sousa pode regressar aos maiores palcos, até porque a espaços ele mostra que ainda tem muito dentro dele e o próprio referiu, na Maia, que teve períodos em 2022 onde se sentiu a jogar o melhor ténis da carreira.

Para finalizar a primeira ronda de singulares para as cores portuguesas aparece Gonçalo Oliveira. Também ele com um trambolhão no ranking (507.º), o portuense, tal como Sousa, precisou de convite da organização para disputar o torneio e tem duas boas semanas para subir uns bons lugares na hierarquia masculina.

Visivelmente confiante nos treinos prévios à estreia, e com um tipo de ténis que pode adequar-se às condições rápidas da prova, Oliveira vai medir forças com o germânico Louis Wessels (309.º), um opositor alto (1,98 metros) e que deverá gostar das caraterísticas do torneio.

Nos restantes duelos de singulares da primeira ronda do Indoor Oeiras Open, o maior destaque é, sem sombra de dúvidas, a estreia de Pierre-Hugues Herbert. Ex-36.º ATP, agora 305.º, o francês chega ao Jamor como o jogador com maior palmarés da competição, fruto das maiores conquistas da modalidade na variante de pares, sobretudo os cinco títulos do Grand Slam (tem um Grand Slam de carreira).

O francês abre a prestação em Portugal frente ao croata Dino Prizmic (475.º), um dos muitos jovens promissores a atuar esta semana. Antigo top 10 mundial de juniores (atual 13.º), Prizmic tem apenas 17 anos e tem encantado nestes dois dias de prova, tendo ultrapassado a fase de qualificação sem problemas de maior, isto depois de ter amealhado três títulos consecutivos para fechar 2022 em provas de 15.000 dólares (está, portanto, com 17 triunfos seguidos, que contrasta com Herbert que não compete há seis meses, desde a temporada de relva).

A jornada no court central do torneio termina com um duelo 100% luso. Francisco Cabral (54.º da variante) e Jaime Faria, campeões nacionais em título, frente a Fábio Coelho e Gonçalo Falcão. Quatro amigos em campo, com inúmeras horas de treino juntos, e que até já jogaram várias vezes emparelhados com os adversários de hoje (Faria e Coelho, por exemplo, somaram dois títulos ITF enquanto dupla no ano que findou). Um encontro que promete bom entretenimento.

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