João Domingues viveu duas épocas dolorosas devido a problemas físicos, por isso é de sorriso rasgado que aborda o arranque de um 2023 totalmente recuperado, com uma pré-época de quatro semanas já realizadas e muito para aproveitar de forma a regressar à melhor forma e voltar a participar nos maiores torneios do mundo. O primeiro passo foi dado esta terça-feira no Indoor Oeiras Open, onde registou a primeira vitória portuguesa do torneio e também da temporada.
“Foi muito importante ter ganho este jogo, principalmente por ser em condições que não me são favoráveis e nas quais não estou muito habituado a jogar. Fiz uma boa pré-época, livre de problemas, e foi bastante satisfatório conseguir treinar durante quatro semanas sem mazelas, o que já não acontecia há três anos”, afirmou na conferência de imprensa que se seguiu à vitória por 1-6, 6-4 e 6-1 sobre o monegasco Valentin Vacherot (290.º) — adversário que prefere condições como o piso rápido indoor do Jamor.
“Sabia que ia ser complicado e no primeiro set ele jogou bastante bem. Eu também não estava muito ativo nem reativo ao estilo de jogo dele e às condições, mas depois habituei-me, comecei a ler melhor o jogo e o serviço e consegui entrar mais vezes no ponto. Depois percebi que ele falhou três ou quatro bolas em momentos importantes, recuperei o break do segundo set e agarrei-me da melhor forma que consegui. Senti que ele foi abaixo e no terceiro set eu já estava bem por cima animicamente falando”, acrescentou o oliveirense, que parte para 2023 no 287.º lugar do ranking ATP.
Domingues já o tinha afirmado no Maia Open e voltou a repetir: o piso rápido indoor não é, como se sabe, a sua superfície de eleição. Mas o facto de quer este torneio, quer o da próxima semana serem em Portugal fez com que não hesitasse na elaboração do calendário — e até olha com bons olhos para a quinzena, da qual espera “retirar coisas positivas, como padrões de jogo, para quando voltar à terra batida ter mais uma variável a meu favor.”
Para isso, o oliveirense de 29 anos reconheceu que terá de “ser corajoso”, como foi esta terça-feira e precisará de repetir na quarta-feira, para se vingar do austríaco Maximilian Neuchrist, que o bateu na Maia. “Os inícios de jogada dele são o melhor que tem, portanto tenho de estar explosivo e rápido para contra-atacar e anular as bolas dele, bem como tentar ter uma percentagem alta de primeiros serviços e sempre que possível pegar no ponto e ser mais agressivo.”
Tudo isto para, com o entusiasmo de quem está finalmente livre de problemas físicos e a tranquilidade de quem tem pela frente várias semanas sem pontos para defender, continuar a dar passos em direção ao conhecido objetivo de voltar aos torneios do Grand Slam.