MÁLAGA — A final que pode ser histórica para o Canadá começou sem grande história, dado que Denis Shapovalov (18.º classificado no ranking ATP) “despachou” Thanasi Kokkinakis (95.º) para dar ao seu país o primeiro ponto contra a Austrália no Palacio de Deportes José María Martín Carpena de Málaga, em Espanha.
Um dia depois de ter deixado escapar uma batalha de 3h15 no encontro que inaugurou a meia-final contra a Itália, Shapovalov subiu consideravelmente o nível e só precisou de 1h29 para derrotar Kokkinakis por incontestáveis 6-2 e 6-4.
O canadiano concretizou a primeira quebra de serviço do encontro logo no primeiro jogo, que utilizou para expor as suas intenções, e nunca mais olhou para trás: mais agressivo, dotado e confiante, Shapovalov dominou do início ao fim e só conheceu oposição ao quarto jogo da segunda partida, quando já bem no controlo do duelo precisou de anular três pontos de break. A reação não poderia ter sido melhor — dois ases a mais de 200km/h e um winner de direita ao longo da linha na segunda pancada.
Mais tarde, quando serviu pela primeira vez para o encontro (ao 6-2, 5-2), sentiu pela primeira vez a pressão do momento e entregou um dos breaks de avanço com uma dupla falta, mas foi rápido a recompor-se e quando voltou a servir para a vitória já não tremeu.
Depois de entrar a perder nos quartos de final (frente à Alemanha) e nas meias-finais (contra a Itália), esta foi a primeira vez que o Canadá abriu uma eliminatória da “Final 8” com uma vitória. E o timing não poderia ser melhor, dado que o triunfo de Shapovalov — derrotado nos dois encontros anteriores — colocou o país a um passo de vencer a Taça Davis pela primeira vez.
Esta é a segunda final da história do Canadá, que em 2019 perdeu na edição inaugural do formato Davis Cup Finals para a Espanha, em Madrid. E Félix Auger-Aliassime poderá dar ao país o ponto que falta para fazer história, caso confirme o favoritismo contra Alex de Minaur. O australiano está obrigado a vencer para manter a sua equipa na luta por um título que escapa desde 2003, ano em que o país venceu a competição pela 28.ª vez (é o segundo melhor registo da competição, só superado pelos 32 títulos dos EUA).