Canadá. Do “sonho de infância” a “uma grande festa” como campeões do mundo

Diego Souto/ Quality Sport Images / Kosmos Tennis

MÁLAGA — Sete anos depois de vencerem a Taça Davis Júnior, Denis Shapovalov e Félix Auger-Aliassime assinaram os dois triunfos que deram ao Canadá o primeiro título da sua história na Taça Davis, conquista para a qual também foi muito importante Vasek Pospisil, ator comum aos dois encontros de pares decisivos nas duas eliminatórias anteriores. Com os elegantes troféus na mesa e vestígios de champanhe nos equipamentos, a comitiva canadiana enalteceu de forma uníssona a importância do feito.

“Naquela altura ainda éramos crianças, mas lembro-me de olharmos uns para os outros e pensarmos ‘ainda só temos 15, 16 anos e acabamos de ganhar a Taça Davis Júnior, mas um dia podemos ganhar a verdadeira Taça Davis.’ E é incrível estar nesta posição, é o concretizar de um círculo”, explicou Auger-Aliassime, que com uma vitória por 6-3 e 6-4 sobre Alex de Minaur no segundo singular fechou a final deste domingo em Málaga.

O canadiano de 22 anos viveu em 2022 a melhor época da carreira, que abriu com a conquista da ATP Cup e encerrou com a ainda mais dourada Taça Davis, e destacou o espírito de equipa como elemento essencial: “Lembro-me de ser criança e ver o Vasek a jogar. Ele está nesta equipa há muitos anos e venceu muitos encontros equilibrados. E há muitos jogadores a surgir e a jogarem bem. É uma equipa especial.”

10 anos mais velho, Pospisil contribuiu com vitórias nos pares decisivos frente à Alemanha (nos quartos de final, com Shapovalov) e à Itália (nas meias-finais, com Auger-Aliassime) e não hesitou em classificar este como o feito mais especial de uma longa carreira: “Vencer a Taça Davis é sem dúvida o ponto mais alto da minha carreira. Significa algo mais [do que tudo o resto]. Estás a jogar pelo teu país e pelos teus colegas de equipa e em cada encontro há muita coisa em jogo, por isso é muito importante.”

O ex-número 25 mundial de singulares (atualmente é o 100.º) e 4 de pares (já não tem ranking) foi um dos obreiros do renascimento do Canadá, que um século depois de ter alcançado as meias-finais em 1913, na primeira participação, regressou aos grandes resultados também com as contribuições de Daniel Nestor e Milos Raonic. E não esqueceu o progresso feito pelo país nas últimas épocas: “Ao longo dos últimos anos fomos ficando cada vez mais próximos do título e agora que o conseguimos é uma sensação incrível. Não sei o que dizer, é a Taça Davis e nós somos campeões — somos campeões do mundo.”

O Canadá tornou-se no 16.º país a vencer a Taça Davis, um feito sem igual na sua história e que, por isso, merecerá celebrações adequadas por parte de Frank Dancevic e os seus jogadores: “Ainda não pensámos bem nisto, mas sem dúvida que vai ser uma grande festa. Tínhamos uma grande garrafa de champanhe ao lado do banco, no court, e estamos a pensar em conseguir uma ainda maior. Vai ser uma longa noite e prometo que nenhum de nós vai dormir até ao voo às 6h da manhã.”

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