MÁLAGA — O Canadá vai terminar 2022 como começou: a disputar a final de uma competição por equipas. Campeão da entretanto extinta ATP Cup, que será substituída pela United Cup (uma nova competição mista), o país apurou-se, na noite deste sábado, para a final da Taça Davis pela segunda vez na história e novamente em território espanhol, mas desta vez em Málaga.
Com a eliminatória contra a Itália empatada após os singulares, o ponto decisivo foi conquistado por Félix Auger-Aliassime e Vasek Pospisil, que resistiram ao surpreendente regresso de Matteo Berrettini (tinha ficado de fora das escolhas do capitão por causa de uma lesão no pé) ao lado de Fabio Fognini e superaram a dupla transalpina pelos parciais de 7-6(2) e 7-5.
À semelhança do que aconteceu na véspera, quando a Austrália deu a volta à Croácia, também a meia-final deste sábado terminou com uma reviravolta. E não faltou emoção no Palacio de Deportes José María Martín Carpena, onde algumas centenas de adeptos italianos deram um toque nostálgico a uma jornada que ofereceu ao público malaguenho inúmeras razões para aplaudir os artistas dentro do court.
Porque se no segundo encontro de singulares os níveis de entusiasmo desceram bastante devido ao estado de graça de Auger-Aliassime, que “despachou” Lorenzo Musetti num encontro de contraste total com o braço de ferro entre Denis Shapovalov e Lorenzo Sonego horas antes, o duelo de pares foi equilibrado do início ao fim.
Com uma substituição inesperada do lado italiano (Berrettini fez a viagem até Málaga lesionado, mas com o intuito de apoiar os compatriotas) devido a uma lesão de última hora de Simone Bolelli, nem o efeito surpresa valeu aos transalpinos o ponto de ouro. Afinal, Pospisil e Auger-Aliassime não só estão mais rotinados lado a lado, como partiram mais frescos para o encontro — as maselas no pé de Berrettini foram visíveis nalgumas movimentações laterais — e conseguiram fazer a diferença nas raríssimas janelas de oportunidade que surgiram.
Finalista da primeira edição das Davis Cup Finals, em 2019, o Canadá alcançou a final da competição pela segunda vez na sua história e no domingo procurará, frente à Austrália, a conquista do primeiro título. O palmarés do conjunto australiano é muito mais recheado: para além dos 28 títulos (mais só os EUA, com 32), os “cangurus” disputaram outras 19 finais. Esta será a primeira desde 2003.
O frente a frente entre os dois países é claramente favorável aos australianos (9-1), mas os canadianos venceram o mais recente e único dos últimos 58 anos: em 2019, a caminho da referida final.