MÁLAGA — São sensivelmente 17.500 os quilómetros que separam Madrid e Camberra, mas foi com uma surpreendente sensação de proximidade que vários milheres de adeptos espanhóis celebraram, com o cair do pano da jornada desta sexta-feira, o apuramento da Austrália para a final da Taça Davis. Há 19 anos que não acontecia.
Max Purcell e Jordan Thompson (que em cima da hora substituiu o lesionado Matthew Ebden) foram os heróis da reviravolta contra a Croácia, por 2-1, ao vencerem Nikola Mektic e Mate Pavic pelos parciais 6-7(3), 7-5 e 6-4 no par decisivo.
A vitória foi assinada já depois das 22h30 no Palacio de Deportes José María Martín Carpena de Málaga, onde a jornada começou com um ambiente morno e as bancadas meio despedidas, até que 8.258 espetadores as preencheram quase por completo.
Há muito ambicionada, a qualificação surgiu de forma inesperada frente a um conjunto que disputou quatro finais nas 22 edições interiores, incluindo a mais recente, e que após as várias desistências desta semana se assumiu como uma das maiores candidatas ao título.
Mas o triunfo de Borna Coric logo a abrir o dia não chegou. Porque depois Alex de Minaur esteve irrepreensível frente a um Marin Cilic (muito) apagado e estendeu o tapete para que os compatriotas brilhassem num par pautado pelo equilíbrio em que foram raríssimas as ocasiões em que uma equipa conseguiu distanciar-se da outra.
No final, a festa foi australiana, mas também espanhola, com o público da casa a “abraçar” a comitiva dos antípodas liderada por um residente em Espanha, Alex de Minaur, que encantou os presentes ao dar toda a sua entrevista em castelhano, idioma que domina.
Com esta vitória, a Austrália selou o apuramento para a final da Taça Davis pela primeira vez desde 2003, quando derrotou a Espanha por 3-2 em Melbourne para conquistar o seu 28.º e último título — só os EUA têm mais (35). A final de domingo será discutida ou com a Itália, ou com o Canadá, que se enfrentam às 13 horas de sábado em Málaga (menos uma hora em Portugal Continental).