Primeiro em Madrid, agora em Málaga: a Taça Davis continua à procura de um formato que lhe permita recuperar o estatuto de outrora e em 2022 o casamento entre a Federação Internacional de Ténis (ITF) e a Kosmos (grupo de investimento liderado pelo recém-retirado futebolista Gerard Piqué) celebra-se na Costa del Sol com oito países — os sobreviventes após uma primeira fase que passou por outras quatro cidades e que reaproximou a competição do seu passado.
O projeto “Davis Cup Finals” mantém-se, mas ao contrário do que aconteceu na capital espanhola em 2019 (quando se reuniram 18 equipas num só palco) e em Madrid, Innsbruck e Turim em 2021 (quando 18 equipas foram distribuídas por três cidades que dividiram entre si a fase de grupos e os quartos de final, até que as meias-finais e a final se concentraram exclusivamente em Espanha), em Málaga 2022 concentra-se única e exclusivamente a fase a eliminar.
Com a fase de grupos distribuída e resolvida nas cidades de Glasgow, Hamburgo, Bolonha e Valência em setembro, logo após o US Open, a Málaga chegam apenas as melhores das melhores, que entre várias ausências de peso e o natural desgaste de uma temporada cada vez mais saturada tentarão colocar as mãos na desejada “saladeira”.
Alemanha, Austrália, Canadá, Croácia, Espanha, Estados Unidos da América, Itália e Países Baixos são os protagonistas da última fase da 110.ª edição da Taça Davis, que tem como grande ausente a campeã em título, Rússia, impedida de defender o troféu conquistado há um ano por causa da invasão à Ucrânia.
Tudo acontece entre 22 e 27 de novembro, com dúvidas e sobretudo a esperança de que esta seja uma solução mais feliz do que as anteriores, marcadas por bancadas (muito) vazias, problemas de formato (com contas complicadas na fase de grupos e jornadas muito longas) e várias críticas dos jogadores.
A jogar em casa pela terceira época consecutiva, a Espanha seria, à partida, a grande candidata à conquista do título pela sétima vez, mas as suas esperanças são defraudadas pelas ausências de nada mais, nada menos que os números 1 e 2 mundiais. O primeiro, Carlos Alcaraz, teve de desistir do ATP Finals e das Davis Cup Finals por causa de uma lesão abdominal. Enquanto o segundo, Rafael Nadal, optou por participar numa digressão milionária pela América do Sul com Casper Ruud.
Serão Pablo Carreño Busta, Roberto Bautista Agut, Albert Ramos-Vinolas, Pedro Martínez e Marcel Granollers a carregar as esperanças do público da casa — uma segunda linha de luxo, mas que torna os comandados de Sergi Bruguera mais vulneráveis.
Ausências de peso registam, também, a Alemanha, que continua sem poder contar com Alexander Zverev (lesionado desde Roland-Garros), a Austrália, que chega a Málaga sem Nick Kyrgios, e a Itália, que não terá nem Jannik Sinner nem Matteo Berrettini.
Assim, o Canadá (liderado por Félix Auger-Aliassime e Denis Shapovalov), os Estados Unidos da América (com Taylor Fritz, Frances Tiafoe, Tommy Paul e Jack Sock) e a Croácia (com Marin Cilic e Borna Coric, para além de Mate Pavic e Nikola Mektic para os pares) partem como favoritos para esta semana de ténis ao mais alto nível no piso rápido indoor do Palacio de Deportes José María Martín Carpena, que terá uma capacidade aproximada de 11.000 espetadores.