OEIRAS — Francisca Jorge ainda só tem 22 anos, mas ocupa cada vez mais um lugar de destaque na história do ténis português e este sábado tornou-se, entre mulheres e homens, apenas na terceira tenista a conquistar seis títulos consecutivos no Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto.
No reencontro com a irmã mais nova, Matilde Jorge (18 anos), que já derrotara nas finais de 2019 e 2021, a melhor tenista portuguesa da atualidade voltou a ser superior e triunfou com os parciais de 6-3 e 6-1.
Resolvida em 63 minutos, a final teve pouca história. À semelhança do que aconteceu nos encontros anteriores, Francisca Jorge reagiu melhor do que Matilde Jorge à ocasião e dominou os nervos desde o início, o que lhe permitiu descolar rapidamente no marcador. Mais confiante, mais agressiva e assertiva, a mais velha das duas irmãs foi quase sempre a jogadora com mais iniciativa e nos casos em que a situação se inverteu a mais nova acabou traída por demasiados erros, muitos deles derivados das dificuldades em reagir bem à situação.
As seis conquistas nos últimos seis anos permitiram a Francisca Jorge igualar o número de títulos de Maria João Koehler, que apenas é superado por Peggy Brixhe (sete títulos), Angelica Plantier (oito), Sofia Prazeres (nove) e Leonor Peralta (13).
Títulos | Nome |
---|---|
13 | Leonor Peralta (1967-1976, 1979, 1980 e 1982) |
9 | Sofia Prazeres (1990-1998) |
8 | Angelica Plantier (1925-1927, 1929, 1931-1933 e 1935) |
7 | Peggy Brixhe (1945, 1946, 1947, 1955, 1961, 1965 e 1966) |
6 | Francisca Jorge (2017, 2018, 2019, 2020, 2021 e 2022) |
6 | Maria João Koehler (2009, 2010, 2011, 2012, 2013 e 2016) |
Mas, no que diz respeito ao número de títulos consecutivos, o registo de Francisca Jorge já é o terceiro melhor da história não só entre as mulheres, como incluindo os homens: apenas Prazeres (com nove entre 1990 e 1998) e Peralta (com 10 entre 1967 e 1976) venceram mais vezes seguidas o Campeonato Nacional Absoluto.
Ao todo, são 23 as vitórias consecutivas que fazem de Francisca Jorge hexacampeã nacional absoluta, um percurso que começou na terra batida da Beloura Tennis Academy (2017), continuou na do Clube de Ténis do Porto (2018) e, já em piso rápido, Quinta da Magnólia no Funchal (2019), no Complexo Desportivo do Monte Aventino no Porto (2020) e no Complexo de Ténis do Jamor (2021 e 2022).
Mais títulos de campeã nacional do que anos celebrados
Natural de Guimarães, onde nasceu a 21 de abril de 2000, Francisca Jorge tem no currículo mais títulos de campeã nacional (31) do que anos celebrados (22). E não houve escalão que escapasse:
Sub 12 (3): campeã de singulares, pares e pares mistos em 2012
Sub 14 (4): campeã de singulares em 2013 e 2014, campeã de pares em 2014 e campeã de pares mistos em 2014
Sub 16 (6): campeã de singulares em 2014, 2015 e 2016, campeã de pares em 2015 e campeã de pares mistos em 2014 e 2015
Sub 18 (6): campeã de singulares em 2016, 2017 e 2018 e campeã de pares em 2015, 2017 e 2018
Absoluta (12): campeã de singulares em 2017, 2018, 2019, 2020, 2021 e 2022 e campeã de pares em 2016, 2017, 2018, 2019, 2021 e 2022