OEIRAS — Três anos depois, Fábio Coelho e Fred Gil voltaram a defrontar-se no Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto e desta vez foi o aprendiz quem sorriu por último, ao conquistar a primeira — e muito especial — vitória da carreira sobre o mentor para inscrever o nome nos quartos de final de singulares. Assim, ficou garantido que no sábado será coroado um campeão inédito no Complexo de Ténis do Jamor, em Oeiras.
Em mais um duelo de gerações esta semana, Coelho (22 anos) levou a melhor sobre Gil (37 anos) em duas partidas, por 6-2 e 7-5, num frente a frente em que o ex-número 62 do ranking ATP se apresentou a um nível consideravelmente superior ao da véspera.
“Hoje foi um dia especial. Jogar contra o Fred é muito complicado porque conhecemo-nos bastante bem e, como toda a gente no meio sabe, ele sempre que pode faz o papel de treinador e tem-me ajudado muito ao longo dos últimos anos. Por isso de certa forma é não só complicado, como estranho jogar contra ele, mas foi um dia especial”, explicou ao Raquetc o jovem de Oliveira de Azeméis depois de vencer em singulares e antes de regressar ao court com Gil, mas para jogar pares lado a lado (são os segundos cabeças de série).
“Foi um bom jogo. Senti que ele jogou melhor do que ontem, porque esteve mais focado e queria mesmo ganhar, mas eu consegui ser melhor. Conhecemo-nos bastante bem e em certos padrões de jogo até somos bastante parecidos, porque gostamos os dois de ser agressivos e de ir para a rede sempre que podemos. Ele está a jogar mais agressivo, mais dentro da linha, e como a idade já pesa senti que quando os pontos ficavam mais longos isso era mais vantajoso para mim, mesmo perdendo um ou outro, por isso tentei levar o encontro para aí: muita bola dentro, muita consistência, jogar mais sobre a esquerda dele, porque a direita é muito forte, e evitar subir tanto à rede porque ele tem muito toque de bola. Houve um jogo no segundo set em que foi passivo e ele com a experiência conseguiu ir para cima de mim e quebrar-me, mas de resto estive bastante bem”, analisou Fábio Coelho.
Determinado em alcançar as meias-finais pela terceira vez (fê-lo em 2018, no Porto, e em 2019, no Funchal), Fábio Coelho terá de passar por José Ricardo Nunes, que levou a melhor sobre Ricardo Ramos por 6-0 e 6-3.
E o plano passa por “pensar jogo a jogo”, mas não esconde que, com Gil fora do caminho e um novo campeão por coroar, este é o primeiro ano em que sente ter reais hipóteses de colocar as mãos no troféu mais desejado: “Todos nós temos a expetativa de vencer este torneio. Sabemos que os melhores portugueses não estão aqui, portanto é uma grande oportunidade para todos e eu sei que tenho as minhas chances. Se jogar bem posso criar muitas dificuldades a todos, mas quero ir jogo a jogo.”