BRAGA – Vit Kopriva e Jaroslav Pospisil sagraram-se campeões do Braga Open, sucedendo na galeria de titulados do torneio aos portugueses Francisco Cabral e Nuno Borges. No encontro decisivo, os checos bateram Jeevan Nedunchezhiyan (Índia) e Christopher Rungkat (Indonésia) por 3-6, 6-3 e 10-4.
O título na Cidade dos Arcebispos é o 10.º título da dupla, primeiro no ATP Challenger Tour depois de nove no circuito ITF. Mas não se pense que Vit Kopriva e Jaroslav Pospisil são um par ‘tradicional’, visto que Pospisil, de 41 anos, é o treinador de Kopriva, de 25.
“É fantástico e especial ganhar um torneio com o meu grande amigo e treinador. Já temos alguns título ITF, mas um Challenger é mais especial e vai ficar na memória”, começou por dizer Vit Kopriva, que trabalha com Pospisil há meia dúzia de anos.
“O Jaroslav ainda tem nível e às vezes decidimos jogar juntos. O meu foco são os singulares, mas nas últimas semanas não joguei muitos encontros porque fui pai e quis jogar mais esta semana. Jogar pares é melhor do que treinar, a pressão está lá, há nervos, e dá jeito jogar também porque ficamos em Portugal para competir em Lisboa na próxima semana. Como perdi na segunda-feira [frente a João Domingues] foi perfeito jogar alguns encontros e acabámos por ganhar o torneio. A minha confiança é maior do que no início quando cheguei”, continuou o mais novo do tenistas de leste, acrescentando: “não vou ganhar títulos todas as semanas, por isso esta semana será especial. Claro que estou desiludido por ter perdido cedo em singulares, mas não foi um mau encontro, foi bom até. O meu segundo título este ano [venceu também um troféu do ATP Challenger Tour individualmente em Prestejov, no seu país] vai ajudar-me nos singulares”.
O atual 154 da hierarquia ATP está na melhor temporada da carreira – já foi 124.º em 2022 e somou os primeiros triunfos no ATP Tour – e ficou agradado por voltar ao palco da primeira vitória da carreira no circuito secundário, em 2019. “É sempre bom regressar a Portugal, sobretudo a Braga, num local onde dei um passo importante na minha carreira”.
Um habitué nos torneios em solo nacional – este ano já disputou o Oeiras Open 1, cedendo para o futuro campeão Gastão Elias -, Kopriva tem, curiosamente, o mesmo número de troféus no nosso país do que o seu treinador, antigo 115 no ranking de pares e 102 de singulares, que somou este sábado o 65.º título enquanto equipa da carreira, a juntar aos 28 individuais entre os dois circuitos secundários. “Nunca tinha jogado em Portugal, mas este torneio e organização foram de alto nível, fizeram tudo por nós”, considerou.
Jaroslav Pospisil usa os pares ocasionalmente para manter a forma, ainda adora competir e sente pressão nos pontos importantes apesar do currículo recheado, e conta voltar a emparelhar com o seu pupilo no CIF, próximo torneio do ATP Challenger Tour a decorrer em Portugal já a partir deste domingo. Neste momento os checos não tiveram entrada direta no quadro, mas ficam a aguardar eventuais desistências para o conseguirem. O certo é que Vit Kopriva vai competir na competição individual e frente ao favorito local Pedro Sousa na primeira ronda.
