Fases diferentes, objetivo semelhante: Elias e Silva esperam aproveitar o que falta de um 2022 fustigado por lesões

BRAGA — Gastão Elias e Frederico Silva estão em fases diferentes das respetivas relações com as lesões que lhes prejudicaram grande parte da época atual, mas partilham a esperança de que os próximos meses signifiquem o regresso aos bons resultados.

Derrotado pelo segundo cabeça de série, Carlos Taberner, após três sets e quase três horas de encontro (2h46), Gastão Elias contou, em conferência de imprensa, que a estreia no Braga Open foi “basicamente o meu primeiro teste oficial para ver como é que o meu ombro reagia a um encontro duro, em condições duras, com a bola pesada, o campo bastante lento e a ter de fazer muita força para bater na bola e servir.”

A lesão que o perturba é crónica e descreve-a como “um problema estrutural no ombro” relacionado com o facto de “o meu acrómio ser mais em gancho, o que faz com que comprima o tendão supra-espinhos”.

“O positivo foi o meu ombro ter aguentado um pouco mais de três horas, mas não há milagres e não podia chegar aqui e exigir que fizesse um encontro excecional do início ao fim se não consigo andar a jogar torneios todas as semanas“, acrescentou.

Aquela que para Elias (21-18 em encontros disputados esta época) ainda é uma fase de recuperação já é, para Frederico Silva (17-18), um período livre de problemas físicos depois de vários meses complicados também por conta de um problema no ombro: “Agora estou totalmente curado, mas demorou mais tempo do que previmos. Foi uma lesão estranha e complicada de curar, que nem os médicos e fisioterapeutas conseguiram justificar.”

Por isso, o que o caldense mais quer é deixar a prestação do Braga Open para trás (perdeu por 6-2 e 7-5 com Nikolas Sanchez Izquierdo) e apontar a “jogar até ao final da época sem limitações e treinar o tempo que quiser sem ter mais problemas.”

Se assim for, acredita que “os resultados vão aparecer e vou conseguir subir no ranking — efeito fundamental para cumprir o objetivo de regressar aos torneios do Grand Slam. “Jogar na Austrália no início do próximo ano é um dos objetivos que tenho para os meses que faltam de 2022. No início deste ano estive parado durante cerca de quatro meses, que eram importantes porque não tinha pontos a defender e podia ter subido no ranking. Desde que voltei a jogar, em junho, já fiz alguns bons torneios, mas ainda estou a perder pontos que tinha do ano passado e acaba por ser uma situação complicada, com uma pressão diferente.”

No entanto, confiança é a palavra de ordem para o jogador das Caldas da Rainha. E é, também, aquilo de que Elias diz necessitar em relação à solução inovadora a que deu início durante o US Open: “Consultei um especialista em baseball, um desporto que exige muito do ombro, que me deu uns exercícios diferentes. Disse-me que provavelmente ainda iria sentir alguma dor e que o processo demoraria dois ou três meses, mas se depois deste encontro já não sentir dores é muito positivo. É uma dor que tenho desde os meus 10 anos e com a qual sempre lidei, mas que obviamente demora cada vez mais a recuperar.”

“Para uma pessoa comum existe uma opção que é uma acromioplastia, mas para um desportista profissional ninguém a aconselha, por isso a minha opção passa por experimentar estes exercícios novos. Como é um problema estrutural preciso de ser paciente e esperar uns meses, porque o meu corpo e músculos têm de se reorganizar de maneira a que possa evitar-se esse conflito entre o osso e o tendão”, concluiu Gastão Elias, que anseia por reencontrar os bons resultados que lhe deram a “dobradinha” em Oeiras.

Conferência de imprensa de Gastão Elias:

Conferência de imprensa de Frederico Silva:

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