BRAGA – Matheus Pucinelli de Almeida está a viver um bom momento. Em 2022 estreou-se nos qualifyings de torneios do Grand Slam e a vencer no ATP Tour, além de ter marcado presença na equipa brasileira que veio até Viana do Castelo defrontar Portugal para a Taça Davis. E foi com algum sentimento de desforra que o paulista defrontou esta quinta-feira Nuno Borges, primeiro cabeça de série do Braga Open. Não só o maiato foi um dos porta-estandartes da vitória portuguesa, como há pouco mais de um ano o tinha derrotado salvando match points.
“Sabia que tinha as minhas armas para o incomodar. Hoje não o deixei regressar ao encontro como em Kiev, consegui não baixar o meu nível durante todo o duelo”, apontou o tenista natural de Campinas, que sente também estar a jogar melhor do que no anterior embate.
“Esta vitória foi bem importante, até porque o Nuno vem num momento muito bom. Desde o começo vim com a intenção de deixar o jogo diferente para ele. Ele tem pancadas bem sólidas acima da linha da cintura e consegui aplicar bem a minha ideia. Nós os dois não estávamos bem adaptados à terra batida devido à Taça Davis na semana passada, mas consegui usar isso a meu favor. Essa foi a chave”, confessou, aludindo à mudança de superfície operada por ambos em poucos dias, ainda que no caso do canarinho não tenha sido utilizado pelo capitão Jaime Oncins no compromisso de sexta e sábado.
Apurado para os quartos de final do Braga Open – quinta vez que atinge o registo no ATP Challenger Tour na presente temporada -, Matheus Pucinelli de Almeida vai agora medir forças com o espanhol Pablo Llamas Ruiz, carrasco de Jaime Faria, Pedro Araújo e João Domingues, um conhecido dos tempos juvenis. “Vai ser uma boa oportunidade para ambos. Mas não vou ligar ao ranking [Pablo Llamas Ruiz está cerca de 300 lugares acima na hierarquia] nem ao facto de hoje ter vencido o primeiro cabeça de série”, alertou.
Numa temporada “de altos e baixos”, o tenista de 21 anos que gosta de subir à rede e não se importa nada de jogar também em pisos mais rápidos aponta baterias para o torneio Challenger que se aproxima na sua cidade daqui a duas semanas, mas não rejeita o desejo de manter uma tradição do Braga Open: consagrar um campeão falante em português. Depois de Pedro Sousa e João Domingues, Thiago Monteiro, companheiro de seleção, arrecadou a prova há um ano e, sem portugueses na competição de singulares, a vontade do brasileiro é ter público português a apoiá-lo no que falta para, quem sabe, “manter o ritmo” na galeria de campeões.
Caso a história se repita será uma novidade importante na carreira de Matheus Pucinelli, isto porque ainda não conta sequer com uma final a este nível.