Foi preciso sofrer e saber esperar, mas ao fim de 3h03 “divididas” por quase sete horas devido à chuva que atrapalhou e muito a jornada desta sexta-feira tudo valeu a pena: o português Nuno Borges selou a terceira vitória da semana em Flushing Meadows e carimbou o apuramento para o quadro principal de singulares do US Open, juntando-se uma vez mais a João Sousa, que teve entrada direta.
A disputar pela terceira vez consecutiva a ronda de acesso ao quadro principal de um torneio do Grand Slam, o português de 25 anos queria repetir o feito de Roland-Garros — em Wimbledon entrou com a ajuda do sorteio de lucky loser —, mas não teve tarefa fácil: o italiano Francesco Maestrelli (202.º) vendeu muito cara a derrota, que só chegou já com o sol a pôr-se em Nova Iorque graças aos parciais de 3-6, 7-6(4) e 7-6(8).
À imagem do que aconteceu nas duas rondas anteriores, Nuno Borges não esteve na sua melhor forma. Nervoso, com mais erros do que é seu apanágio e menos ofensivo em determinados momentos da contenda, o número dois nacional precisou de sofrer. Mas soube fazê-lo e em várias circunstâncias: ao enfrentar duas longas interrupções devido à chuva, ao ver o adversário servir para a vitória ao 6-5 do parcial decisivo e ao perder por 6-2 no match tie-break decisivo, que só se resolve aos 10 pontos. Depois teve coragem e foi recompensado.
Esta é a terceira vez que Nuno Borges participa num torneio do Grand Slam (só não jogou o Australian Open porque testou positivo à covid-19 a poucas horas de começar o qualifying) e a terceira em que chega ao quadro principal, segunda após vencer as três rondas que teve pela frente.
Tal como em Paris e em Londres, juntou-se ao compatriota João Sousa (59.º ATP), que foi o único português a garantir entrada direta e disputará o quadro principal do US Open pela nona vez na carreira. O vimaranense já sabe que defronta o norte-americano Mackenzie McDonald na primeira eliminatória, mas o maiato terá de aguardar pela conclusão do qualifying e consequente sorteio dos vencedores para saber em que secção do quadro é colocado.
Os ex-campeões Marin Cilic e Stan Wawrinka são hipóteses, tal como Stefanos Tsitsipas, Matteo Berrettini ou Borna Coric, o recém-campeão do ATP Masters 1000 de Cincinnati.
