O português Nuno Borges estreou-se com uma vitória no qualifying do US Open e fez uma análise positiva àquele que considerou ter sido um encontro “muito sofrido”, destacando as condições pesadas em que o torneio do Grand Slam norte-americano arrancou e que podem ser a chave dos próximos dias.
“Foi uma vitória muito dura e apesar da luta, do calor e do esforço estou muito contente por seguir para a próxima ronda, que era o objetivo principal. Hoje foi muito sofrido, portanto teve um sabor ainda mais especial”, admitiu o número dois nacional ao Raquetc depois de vencer Alex Rybakov por 6-7(4), 7-6(4) e 3-0, com desistência do norte-americano.
“Reparei que ele estava mal fisicamente e tenho visto muitos jogadores com dificuldades por causa deste tempo quente e húmido. Está toda a gente a suar muito e o tempo é propício a lesões. Conheço-o, é meu amigo e fico triste por ele, mas é claro que me soube bem, sem dúvida que me poupou ali uns minutos na parte final”, comentou Nuno Borges sobre a desistência do adversário, que conhece desde os tempos em que estudou e competiu no circuito universitário norte-americano.
Questionado sobre se a ausência de competição nas últimas três semanas pode ter afetado a forma como entrou em court esta quarta-feira, o tenista maiato de 25 anos explicou que “fui jogar aqueles Challengers em Espanha [no mês de julho] para me preparar para isto, porque sei que consigo jogar bem em piso rápido e fazer bons resultados. Não foi a melhor preparação possível, mas vim para cá cedo para me preparar. Uma primeira ronda também é sempre mais enferrujada, as armas se calhar não estão tão afinadas. Tenho de melhorar alguns aspetos, como o serviço, ser mais limpo na primeira bola e mais decisivo aqui e ali, mas não me senti assim tão mal e também sinto que a movimentação está lá. É aguentar e quem conseguir dominar este calor terá uma vantagem muito grande.”
Os Estados Unidos da América foram o país onde Nuno Borges passou quatro anos a estudar, na Mississippi State, e apesar de Nova Iorque ficar a quase 1.200km daquele estado, não esconde que o regresso a solo norte-americano é especial: “Joguei cá os juniores um ano e vim outras duas vezes para sentir o ambiente, por isso é um sítio especial e este é um país que me diz bastante. Estou muito feliz por estar aqui e principalmente por começar com uma vitória. Agora é recuperar o melhor possível e dar tudo para amanhã.”
O regresso ao court na quinta-feira ainda não tem hora marcada, mas o português já conhece o próximo adversário: será o norte-americano Govind Nanda (372.º), que surpreendeu o italiano Andrea Arnaboldi (197.º).