Nadal vence encontro “de loucos” e enfrenta Kyrgios nas meias-finais de Wimbledon

Mais de quatro horas de encontro, um “ping-pong” no resultado e um match tie-break decisivo: o encontro desta quarta-feira entre Rafael Nadal e Taylor Fritz teve emoção até ao fim e foi decidido no limite, com o espanhol a superar uma lesão abdominal e uma muito boa réplica do norte-americano — que o derrotou na final do ATP Masters 1000 de Indian Wells — para vencer por 3-6, 7-5, 3-6, 7-5 e 7-6(4). É o regresso às meias-finais de Wimbledon três anos depois… E segue-se Nick Kyrgios.

“Para ser sincero, o abdominal não está muito bom. Tive de encontrar uma forma ligeiramente diferente de servir e durante vários momentos pensei que talvez não fosse capaz de acabar o encontro.” A revelação do maiorquino de 36 anos surgiu logo após a vitória e foi de encontro ao que se viu durante o encontro, sobretudo durante as três primeiras partidas, em que Nadal se dobrou, deixou escapar um esgar de dor e chegou a ser aconselhado pelo pai e pela irmã a desistir enquanto recolhia aos balneários para ser assistido pelo fisioterapeuta do torneio.

Mas desistir, já se sabe, não é um verbo que o espanhol goste de conjugar e a custo Nadal voltou ao court, Nadal lutou e Nadal gritou “presente” perante um adversário que já tinha na cabeça fantasmas de um encontro semelhante — em fevereiro de 2021, perdeu na terceira ronda do Australian Open depois de recuperar de uma desvantagem de dois sets a zero perante Novak Djokovic e deixou duras críticas ao sérvio, lesionado também na zona abdominal.

Obrigado a recorrer a um Plano B, Nadal fez o que lhe competia: adaptou-se à situação e, para além de sofrer, tornou-se mais agressivo e “carregou” Fritz sempre que teve oportunidade, numa tentativa de encurtar os curtos — para a qual contou com a sua capacidade de improviso e criatividade — que, mesmo quando não foi bem sucedida, lhe permitiu manter-se “taco a taco” com o jovem adversário de 24 anos até ao fim e sobreviver nas três ocasiões em que serviu para não perder o encontro.

Depois, o match tie-break final foi praticamente perfeito (abriu com uma liderança de 5-0) e ao fim de 4h21 permitiu-lhe carimbar uma das vitórias mais sofridas da carreira e a a 26.ª num quinto set — ganhou os quatro que disputou este ano, frente a Denis Shapovalov e Daniil Medvedev no Australian Open, Félix Auger-Aliassime em Roland-Garros e agora Taylor Fritz em Wimbledon.

E assim, apesar das claras dificuldades, Rafael Nadal chegou pela oitava vez na carreira às meias-finais de Wimbledon, onde persegue a sexta final, que seria a primeira na relva britânica desde 2011 (!) e a 31.ª da carreira em torneios do Grand Slam.

A separá-lo desse feito, o campeão em título do Australian Open e de Roland-Garros terá nada mais, nada menos do que Nick Kyrgios, um adversário que já defrontou várias vezes dentro do court (lidera o frente a frente por 6-3), mas também fora dele, com várias declarações de parte a parte recheadas a críticas — sempre com origem em comentários do australiano.

Em Wimbledon, regista-se uma igualdade entre ambos: o australiano venceu o primeiro encontro, a caminho das meias-finais em 2014, e o espanhol o mais recente, na segunda ronda de 2016. Sempre em quatro sets, sempre com o vencedor a ganhar a primeira partida e a perder a segunda.

EM ATUALIZAÇÃO

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