Novak Djokovic raramente esteve perto do seu melhor e chegou a tropeçar, porque apesar de não estar por estrear, a relva do Centre Court (que pela primeira vez em 100 anos foi pisada antes do encontro inaugural) continua a ser escorregadia. Mas o regresso do campeão em título a Wimbledon teve um final feliz.
Por Gaspar Ribeiro Lança, em Wimbledon
Como diz a tradição, o detentor do título de singulares masculinos foi o escolhido para inaugurar a ação no mítico Centre Court e desta vez, para além de um pró-forma, o público teve direito a espetáculo e emoção, com o sul-coreano Soonwoon Kwon a dar trabalho ao sérvio antes de perder por 6-3, 3-6, 6-3 e 6-4.
Apesar de nunca ter sido colocado entre a espada e a parede, Djokovic — que não disputou qualquer torneio na relva antes do regresso ao All England Club — foi testado por Kwon, que liderou por um break quer no primeiro, quer no segundo parcial e, mais importante, nunca se deixou impressionar pelo oponente. Com pancadas limpas, bem antecipadas (o que lhe permitiu comportar-se bem na relva apesar da bancada de esquerda lhe exigir alguma demora na preparação) e um ténis ofensivo feito de muitos amorties e um “toque” apelativo nas subidas à rede, o número 81 mundial deu espetáculo ao ponto de merecer uma “standing ovation” do público na despedida do Centre Court após 2h27 de encontro.
Com um regresso bem sucedido, Novak Djokovic fez história ao tornar-se no primeiro tenista de sempre — homem ou mulher — a celebrar pelo menos 80 vitórias em encontros de singulares em cada um dos torneios do Grand Slam.
E registou a 22.ª vitória consecutiva na relva de Wimbledon, onde fica à espera do australiano Thanasi Kokkinakis ou do polaco Kamil Majchrzak.
