O Déjà vu de Pedro Araújo e a nova barreira para ultrapassar no Oeiras Open 3

OEIRAS – O ditado diz que ‘não há duas sem três’, mas no caso de Pedro Araújo a história foi dobrada com tons alegres. Depois de ter estado anteriormente a um ponto da derrota sem qualquer infração frente a Laurent Lokoli, o jovem lisboeta voltou a dar pesadelos a um jogador que soma 45 triunfos e cinco troféus só na presente temporada, desta vez no Oeiras Open 3.

“Sinto-me muito feliz, foi uma muito boa vitória. Curiosamente é a segunda vez que ganho a este jogador depois de salvar um match point. Em Loulé, no ano passado, também salvei um e perdi com ele em Portimão, mas estava meio magoado do pulso. Ele está sem dúvida a jogar melhor, está com muita confiança e já ganhou cinco ITF’s este ano e isso notou-se na primeira parte do encontro. Na parte final tive de lutar muito, estava-me a sentir bem e senti que depois de salvar o match point estava por cima. Se calhar ele começou a lembrar-se do encontro em Loulé e eu também consegui lembrar-me disso e aproveitei”, relatou o atual 623 do ranking ATP, a caminho da estreia no top 600 na próxima segunda-feira.

Sem medo de defrontar tenistas mais cotados – o adversário francês apareceu no Jamor com o estatuto de oitavo cabeça de série -, Araújo não estava ciente do quanto vai ‘quicar’ na hierarquia mundial masculina, pois o foco está no próprio umbigo, e é sem surpresa que se vê a impor face a oposição mais credenciada. “Evoluí bastante de há um ano para cá. Sinto-me a jogar melhor, tenho mais soluções e é natural que comece a ganhar mais jogos destes”.

E após ter voado muito próximo do sol no maior torneio em solo nacional, o tenista de 20 anos não teve dificuldades em regressar à terra e percorrer o caminho trivial, ainda que tenha apenas somado uma conquista desde a primeira vitória a nível ATP. “Depois do Millennium Estoril Open fui para a Alemanha e senti alguns problemas físicos na perna que me limitaram um pouco. Mas senti que nos primeiros dias estava com menos energia anímica. No Estoril foram muitas interações com pessoas, dias longos, e é algo que não estou tão habituado no dia a dia. Mas não tenho problema nenhum em voltar aos ITF’s, que sei que ainda é a minha realidade”

Uma realidade que quer ver para trás das costas o mais rápido possível, e para isso nada melhor do que somar pontos em torneios maiores. Na “segunda casa”, Pedro Araújo vai defrontar o polaco Daniel Michalski, 268.º e desconhecido para o português. Haverá ainda “tempo para analisar” quem o separa do objetivo que se segue: chegar pela primeira vez aos quartos de final de um torneio do ATP Challenger Tour.

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