Casper Ruud cresceu a admirar Rafael Nadal e no domingo terá a oportunidade de discutir o título mais importante da carreira com o seu ídolo, depois de ter afastado o croata Marin Cilic em quatro partidas (3-6, 6-4, 6-2 e 6-2) para se estrear em finais de torneios do Grand Slam em Roland-Garros.
Aos 23 anos, o norueguês — que já derrotou dois jogadores portugueses em finais ATP (Pedro Sousa em Buenos Aires 2020, João Sousa em Genebra 2022) — tornou-se no primeiro tenista do seu país a carimbar o apuramento para a final de singulares de um torneio do Grand Slam, na mesma semana em que já se tinha tornado no primeiro a atingir as meias-finais e ainda os quartos de final.
E fê-lo com categoria, ao recuperar de um primeiro set dominado por Cilic (que ficou a um passo de se tornar no 11.º homem da Era Open a atingir as finais dos quatro torneios do Grand Slam), com serviços agressivos e pancadas muito fortes do fundo do campo, para controlar os três seguintes.
A dinâmica do frente a frente mudou quando Ruud começou a movimentar-se melhor, aproveitou as melhorias na pancada do serviço (terminou o encontro com 16 ases) e elevou a agressividade das pancadas de direita e esquerda, a que também acrescentou altura, diferenças que lhe deram a confiança necessária para ditar o rumo dos acontecimentos na linha de fundo, deixando Cilic desconfortável.
Nascido em Oslo mas atualmente a viver em Maiorca, onde há um par de anos se juntou à academia do seu ídolo, Rafael Nadal, Casper Ruud é um verdadeiro especialista em terra batida. Os números não enganam: desde o começo de 2020, o jovem norueguês (que em 2018 perdeu a final do Braga Open para Pedro Sousa) é o líder de vitórias (66), finais (9) e títulos (7) na superfície, com destaque para os três troféus consecutivos (!) que encaixou em Bastad, Gstaad e Kitzbuhel no verão de 2021.
