Portugal perde com a Polónia e fica com “sabor agridoce” no Campeonato do Mundo de Equipas de Ténis em Cadeira de Rodas

Sara Falcão/FPT

VILAMOURA — A seleção portuguesa foi derrotada pela equipa da Polónia na segunda de três jornadas da fase de grupos do BNP Paribas World Team Cup — Campeonato do Mundo de Equipas de Ténis em Cadeira de Rodas, que acontece pela primeira vez em Portugal, na Vilamoura Tennis & Padel Academy, entre os dias 2 e 8 de maio, com a organização a cargo da Federação Portuguesa de Ténis e da Premier Sports.

Depois de um dia sem competir, Portugal tinha no embate com a Polónia as maiores esperanças de impressionar durante a fase de grupos, mas esbarrou na maior experiência dos adversários, conciliada com o nervosismo próprio da ocasião.

A abrir o dia no Grupo D, João Couceiro (188.º classificado mundial) cedeu por 6-1 e 6-0 para Dominik Bukala (95.º), depois Fábio Reis (156.º) perdeu por 6-1 e 6-0 para Kamil Fabisiak (27.º) e no par Carlos Leitão 186.º) e Jean Paul Melo (457.º) foram derrotados por Fabisiak e Piotr Jaroszewski (72.º) também em duas partidas, com os parciais de 6-0 e 6-0.

Apesar do desfecho favorável à Polónia ser esperado, a forma como o confronto se desenrolou deixou a equipa portuguesa desapontada: “Estivemos um pouco abaixo daquilo que podíamos fazer. Era expectável que perdêssemos com a Polónia, mas estava ao nosso alcance um resultado diferente em termos de número de jogos conquistados”, lamentou o selecionador nacional, Joaquim Nunes.

“Aquilo que aconteceu até agora foi que contra a Espanha a diferença era manifestamente muito grande e nem conseguimos começar a jogar e hoje, frente à Polónia, em que achámos que isso ia ser possível, estivemos aquém do que podíamos fazer”, acrescentou o responsável pela equipa portuguesa no balanço dos dois primeiros dias de competição neste Campeonato do Mundo.

Por isso, o objetivo para a derradeira ronda da fase de grupos, ante a Malásia, é precisamente atingir o potencial que os representantes lusos têm: “O que vamos fazer amanhã é tentar jogar ao nosso nível. Se o fizermos, quando os encontros acabarem eles vão perceber que fizeram tudo aquilo que sabiam e é isso que interessa, porque se o adversário é mais forte há que o reconhecer.”

Para o futuro, Joaquim Nunes aponta como objetivo o retomar do trabalho que estava a ser iniciado quando a pandemia de covid-19 interrompeu a atividade: “Já estava pensado e estava a ser iniciado um trabalho a longo prazo que por causa desta situação acabámos por nunca conseguir realizar muito bem, mas agora que o mundo está a regressar à normalidade vamos passar a conseguir trabalhar a seleção nacional ao longo de todo o ano. Vamos estender o trabalho da seleção ao ano inteiro e vai passar a haver uma participação mais frequente em provas internacionais, para além de no treino diário e individual deles ser necessário um aumento do coeficiente de dificuldade para que se adaptem a estas questões.”

No mesmo grupo de Portugal e Polónia, o Grupo D, a Espanha registou a segunda vitória ao vencer a Malásia por 2-1, depois de dominar nos singulares: primeiro, Daniel Caverzaschi (11.º) superou Mohamad Yusshazwan Yusoff (39.º) por 6-0 e 6-1, depois Martin de la Puente (10.º) superou Abu Samah Borhan (29.º) por 6-3 e 6-1. No par, já sem influência no desfecho do confronto, o conjunto malaio (com apenas dois jogadores em Vilamoura, o mínimo que os regulamentos exigem) registou uma vitória por 6-3 e 6-3 contra Enrique Siscar (57.º) e Francesc Tur (41.º).

Ainda no torneio masculino, esperava-se um duelo atrativo entre o Japão e a Argentina, mas o conjunto sul-americano não lançou a jogo a sua maior estrela e acabou por tornar-se num frente a frente sem história: a abrir o mede-forças, Tokito Oda (9.º do ranking aos 15 anos) venceu Guillermo Camusso (203.º) por 6-0 e 6-0 e no segundo singular Shingo Kunieda (número dois mundial e detentor de 47 títulos do Grand Slam entre singulares e pares, quatro medalhas de ouro em Jogos Paralímpicos e nove títulos de campeão do mundo) superou por 6-0 e 6-2 Ezequiel David Casco (37.º), que jogou em detrimento de Gustavo Esteban Fernandez, numero três mundial, detentor de cinco títulos do Grand Slam e campeão do mundo em 2017 e 2019.

A África do Sul, que já tinha impressionado na primeira jornada ao deixar a Argentina entre a espada e a parede até ao duelo de pares, voltou a impressionar e superou o conjunto brasileiro por 3-0.

No torneio feminino, os Países Baixos chegaram a Portugal com o favoritismo do seu lado por contarem com três das seis melhores jogadoras do mundo (entre as quais a número um do ranking, Diede de Groot) e só precisaram de 1h48 para celebrarem a vitória perante a África do Sul: no primeiro duelo, Aniek van Koot (3.ª) superou Nokwanda Hlongwane (sem classificação) por 6-1 e 6-0 e depois Diede de Groot venceu Kgothatso Montjane (número quatro) por 6-1 e 6-0.

Na categoria quad ficaram definidas as meias-finais, com os Países Baixos a defrontarem os Estados Unidos da América e a África do Sul a ter encontro marcado com o Brasil.

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