ESTORIL – Fernando Verdasco (118.º) foi repescado da fase de qualificação do Millennium Estoril Open e aproveitou da melhor maneira a segunda oportunidade no torneio para ultrapassar o antigo finalista Pablo Cuevas e regressar aos quartos de final. Em processo de recuperação e em busca de voltar a figurar entre os melhores, o veterano jogador madrileno está confiante no futuro mas lamentou a falta de apoio que tem enfrentado.
Tal como já havia repudiado anteriormente, o antigo número sete mundial não deixou passar em branco a controversa atribuição de convites para o Masters 1000 de Madrid, que não contempla qualquer figura da casa para o quadro principal masculino na primeira edição desde a aquisição pela IMG: “Vai ser um caminho muito duro, peço wild cards a todos os torneios e ainda nenhum mo deu. Em Madrid, a minha cidade e onde joguei 17 anos seguidos, não vou receber wild card, enquanto convidam todos os jogadores da IMG, que estão a 500.º do mundo, e um francês, Pouille. É um grande amigo meu, mas era como se lhe tirassem um wild card em Paris para mo darem a mim, é impossível“
“Estou muito triste por essas decisões e torna-se mais duro para mim, mas mesmo sendo o caminho mais difícil não vou deixar de lutar. O Feliciano [López] tentou o wild card para mim desde o princípio, mas disseram-lhe que não. Disse-lhe ‘Feli, sempre vou defender que tu tentaste dar-me o wild card, mas não posso não estar dececionado com o torneio’. É muito triste que um jogador de Madrid não tenha wild card no momento em que mais necessita, depois das lesões”, expressou, revoltado.
O espanhol de 38 anos, que entrou para colmatar a ausência de Diego Schwartzman, revelou que ficou a par da sua “nova vida” através de uma conversa com o próprio argentino: “Depois de perder, não sabia se ia voltar a jogar ou não. Sabia que havia possibilidades, e ele disse-me que ia decidir ontem. Quando o vi aqui no clube, disse-me que não ia jogar por estar cansado e agradeci-lhe pela oportunidade.”
Próximo do regresso ao top 100 depois de dois anos para esquecer, Verdasco recorda que esteve de mãos dadas com o Coronavírus, responsável pelo fim de um seu registo recordista: “Estive praticamente um ano sem jogar devido à covid-19 e quando tudo passou fui precisamente eu a ficar infetado três dias antes do voo para o US Open, perdendo o recorde de 65 participações consecutivas em Grand Slams. Depois em Roland-Garros disseram-me que estava positivo e eu achava que era impossível, mas voltei logo a Madrid, onde testei por duas vezes negativo.”
E como um azar nunca vem só, logo a seguir foram os problemas físicos a baterem à porta de Fernando Verdasco: “Fiquei sem jogar dois Grand Slams seguidos num momento em que estava com muitas dores no joelho, desde que caí num encontro com Daniil Medvedev em Queen’s. Fiz uma operação ao joelho e quando recuperei fui operado ao cotovelo. Foram dois anos horríveis e desci até 200 do mundo, sem poder jogar encontros devido a lesões. Essa foi a grande motivação para treinar o melhor possível.”
Por último, não esqueceu o carinho dado pelo público português no Millennium Estoril Open: “Estou a fazer uma grande semana, alcançar os quartos de final aqui é o equivalente a ganhar um Challenger, que é onde tenho jogado ultimamente devido ao ranking. Senti-me muito apoiado pelo público, Espanha e Portugal têm uma conexão muito especial e ajudamo-nos mutuamente.”