OEIRAS – Chegou, viu e venceu. A expressão não tem por hábito ser empregue no ténis, mas no caso de Diana Shnaider é provável que esteja a ser bem utilizada. Ainda júnior — entrou no quadro principal do Magnesium-K Active Ladies Open devido a esse estatuto —, a jovem venceu o maior troféu da curta carreira profissional sem permitir qualquer set às opositoras. A julgar pelo que se viu no CETO, não terá sido a última vez que se ouviu falar na promessa de 18 anos e o estilo reluzente de Shnaider tem tudo para figurar nos grandes palcos da modalidade.
Fita amarela no cabelo a conduzir com o calçado, irrequieta, exigente consigo própria e possuidora de um ténis rápido alicerçado numa direita de canhota. Diana Shnaider chegou ao Clube Escola de Ténis de Oeiras no quinto posto da hierarquia mundial de juniores, meses depois de ter figurado no segundo lugar e de ter arrecado o segundo título em torneios do Grand Slam em pares, no Open da Austrália. Em court, consentiu 24 jogos a todas as rivais que enfrentou, cinco deles na final deste domingo frente à mais experiente e cotada Martina Di Giuseppe.
“Foi uma semana fantástica para mim. Joguei cinco encontros com o melhor ténis que posso mostrar neste momento. Espero continuar a trabalhar muito para que o meu ténis melhore dia após dia”, começou por dizer a tenista de leste, sem depois mencionar a dificuldade do embate decisivo frente a uma opositora 13 anos mais velha. “Estava nervosa porque era a minha primeira final a este nível. Ela tem um slice muito bom e faz bons amorties, por isso estava um pouco confusa, porque o vento estava forte, mas tentei gerir bem com a minha direita e acho que também fiz bons slices e tentei fazer o meu melhor para que as minhas pernas trabalhassem bem e conseguisse fazer mais winners“, analisou.
E se em campo a confiança transborda, fora dele também abunda quando perspetiva o futuro, mas nem por isso em relação ao que sentia mal aterrou em Lisboa. “Não estava nada à espera. Queria mostrar o meu ténis e aproveitar o Junior Exempt, porque ninguém me conhece aqui, e acho que acabei por fazer um bom trabalho”.
Apreciadora de Roger Federer, Shnaider nem é particular fã de Rafael Nadal, o canhoto mais conhecido da história do ténis, e diz que só vê os homens a jogar. “Não gosto de ténis feminino. É um pouco aborrecido para mim. Eu tento sempre jogar como um homem, isto pode soar estranho vindo de uma rapariga, eu sei. Os homens têm um jogo mais interessante e prefiro ver as trocas de bola entre eles”.
Sem medo de ambicionar colecionar todos os grandes torneios da modalidade, Diana Shnaider vai agora continuar nos torneios profissionais com vista ao maior objetivo a curto prazo: conquistar o primeiro troféu Major em singulares no escalão etário a que ainda pertence. “Vou vencer um título do Grand Slam este ano. Adoro jogar em terra batida, por isso Roland-Garros será meu”, disse, entre sorrisos. A brincar, a brincar…
Rumo ao top 200 WTA, objetivo maior para a temporada, a atual 693 da hierarquia — vai dar um grande pulo no ranking, mas os pontos desta semana só aparecerão daqui a duas semanas — sai de Portugal com o maior título da carreira profissional, pelo menos para já. “Vou lembrar-me desta semana para sempre”.