OEIRAS — João Domingues não conseguiu contrariar a boa forma do húngaro Zsombor Piros (227.º) e despediu-se do Oeiras Open 2 na ronda inaugural, mas demonstrou-se confiante em relação a uma mudança no rumo dos acontecimentos num futuro próximo, agora que já está totalmente recuperado fisicamente.
“Está claro que não estou a jogar ao nível a que já joguei. Sabia que hoje ia ser difícil porque ele vem de bons resultados e está confiante, mas faz parte do processo. Já todos os jogadores passaram por fases menos boas e neste momento sou eu, mas acredito e confio que tenho potencial para voltar a estar onde estive e até melhor. Estou tranquilo em relação a isso”, começou por afirmar o tenista de Oliveira de Azeméis numa conferência de imprensa marcada pela sua atitude positiva.
“Tive dois anos fisicamente bastante difíceis. Antes da pandemia lesionei-me no punho e estive quase um ano e meio com dores, depois veio o pé e estive parado dois meses e tal no último ano. Com isto deixei de ter confiança, comecei a perder encontros que se calhar antes não perderia e tudo isto mentalmente afeta um jogador, mas tenho de continuar a trabalhar. Agora estou a sentir-me bastante melhor nos treinos, já estou a conseguir ter nível, por isso acho que mais tarde ou mais cedo vou voltar a jogar a um bom nível”, acrescentou o ex-número 150 mundial.
“Tenho jogado de forma muito ansiosa, muito nervosa, e basicamente ando a tomar decisões erradas em alturas erradas, o que faz com que não me sinta confortável a jogar. Mas é normal, faz parte do processo e aceito perfeitamente a fase em que me encontro”, reiterou Domingues.
A solução passa por “competir, treinar, competir, treinar, fazer muitos jogos porque estive muito tempo sem jogar a 100% fisicamente e agora preciso de jogos nas pernas para ganhar ritmo e obviamente confiança.” Por isso as próximas semanas serão de muita competição, deixando de parte questões que no último ano o atormentaram, como o ranking e a entrada em determinados torneios.
“Estive um ano a pensar nisso, basicamente. Agora nem penso em Roland-Garros, o meu foco é mais para a frente e o principal é voltar a jogar a um bom nível, porque se o fizer a probabilidade de ganhar será muito maior. Neste momento não penso em datas ou em torneios, porque seria encher a cabeça com mais uma coisa que neste momento não faz sentido.”
Na conferência de imprensa desta terça-feira, o jovem português de 28 anos também comentou a alteração recente na equipa técnica: “Quando voltei da Austrália o meu antigo treinador [João Antunes] disse-me que não podia treinar mais comigo porque aceitou um trabalho na federação. Fiquei desamparado, porque seria a altura em que teria um mês inteiro para treinar [pela primeira vez após o regresso à competição], mas isso não aconteceu e voltei a falar com o André Podalka, que me conhece perfeitamente. Estive muitos anos com ele e tive bons resultados, temos uma relação muito próxima, ele sabe como jogo e como sou como pessoa e é a pessoa certa para me ajudar a voltar a estar melhor.”