Sem a arma distintiva, Elias encontrou outras formas de vencer enquanto não melhora

Sara Falcão/FPT

OEIRAS – Gastão Elias entrou com o pé direito no Oeiras Open, ainda que tenha precisado de mais de duas horas para se desenvencilhar do qualifier norte-americano Alex Rybakov. No final, o atual número três nacional passou pela sala de conferências de imprensa do Complexo Desportivo do Jamor para explicar as dificuldades que tem sentido nas últimas semanas.

“Tenho andado com bastante tosse há três semanas e por conta disso não tenho dormido bem, não tenho descansado bem. Tenho estado condicionado e não tenho treinado com a intensidade que desejaria. Tive dificuldades para recuperar em pontos mais compridos, dificuldades em respirar. Foi mais uma luta interna comigo do que propriamente concentrar-me no jogo. Quando ele me fez o break no segundo set passei o restante parcial a debater se deveria ou não tentar recuperar ou poupar para o terceiro set, contou o tenista da Lourinhã, ainda assim “feliz” com o triunfo.

“Foi um jogo complicado em três sets, muito físico. Tive várias oportunidades de simplificar o resultado e mesmo estando num terceiro set sentia que se jogasse mais ou menos bem que em algum momento conseguiria fazer o break. Foi isso que aconteceu e, por isso, podia ter sido um terceiro set mais fácil. Só tenho pena de não ter fechado em dois sets e ter poupado o corpo para a próxima ronda”, lamentou.

Aos 31 anos, em condições normais Gastão Elias sente que o corpo é uma das armas que o distingue dos demais. Não nas últimas semanas. “Raramente perco encontros por falta de físico ou por ser inferior nesse departamento. Tive de arranjar outras soluções. Houve vários pontos em que exagerei um pouco e tentei ir mais cedo para o winner do que o normal e isso faz com que cometa mais erros do que habitual. Se estivesse melhor fisicamente se calhar conseguiria fazer os pontos mais físicos e simplificar mais o jogo, mas há que encontrar outras maneiras de ganhar, apesar de ter sido sofrido”.

“Se fosse jogar hoje contra um top50 ou top100, contra quem só ganharia em condições físicas normais, não teria aguentado. Por saber que tenho nível para ganhar estes torneios fiquei em campo a tentar arranjar soluções para ganhar e agora espero melhorar a condição física ao longo do torneio. Quem sabe se nas fases finais posso estar recuperado e usufruir do meu corpo a 100%”. A segunda ronda podia ter sido precisamente frente a um adversário dessa elite, caso o italiano Gianluca Mager tivesse vencido o compatriota Andrea Vavassori. Mas será o menos cotado o adversário do português, já que Mager se retirou em pleno terceiro parcial.

Apesar desta ter sido a sétima vitória da temporada, terceira desde a Austrália, em Janeiro, o otimismo continua a reinar em Elias. “Não tenho ganho muitos jogos, mas sinto-me a jogar muito bem. Talvez diria a jogar o melhor ténis da minha vida. É uma questão de aproveitar a oportunidade nos momentos certos e conseguirei embalar numa série de bons resultados. Estou a treinar muito bem já há muitos meses. Sinto que o meu nível está muito bom e é uma questão de passar isso para dentro de campo, para o torneio. Estes últimos tempos não me afetaram muito mentalmente apesar das poucas vitórias”.

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