Taylor Fritz cresceu a ver as maiores estrelas do planeta no deserto californiano durante 15 dias por ano. E porque o sonho comanda a vida ambicionou um dia pisar o mesmo palco, um sonho que não só se concretizou, como superou: aos 24 anos, o norte-americano nascido em San Diego, no estado da Califórnia, qualificou-se para a maior final da carreira ao derrotar Andrey Rublev no ATP Masters 1000 de Indian Wells — ou, como tantas vezes lhe chamam, o “Tennis Paradise” do circuito.
De regresso à fase em que caiu na estranha edição de 2021 (adiada de março para outubro por causa da pandemia de covid-19 e por isso tão diferente no ambiente e condições que habitualmente caracterizam o torneio), o jogador da casa sacudiu a pressão, realizou a melhor exibição da semana e venceu o russo por 7-5 e 6-4 após 1h47.
“É um sonho tornado realidade”, admitiu, visivelmente emocionado, após registar a melhor vitória da carreira — Rublev é o número sete do ranking — ao levar a melhor numa batalha do fundo do campo em que também impressionou pela forma como respondeu ao serviço do russo nos momentos mais cruciais.
A viver o sonho de miúdo, Fritz tornou-se no primeiro homem norte-americano a atingir a final do ATP Masters 1000 de Indian Wells desde John Isner, em 2012, e procura tornar-se no primeiro a vencer o torneio desde Andre Agassi, em 2001.
Se o fizer, conquistará o maior título da carreira (o ATP 250 de Eastbourne, em 2019, continua a ser a sua única conquista no circuito, à qual junta cinco finais perdidas) e ao fazê-lo não só juntará o nome a uma lista dourada de vencedores de provas desta categoria, como dará um outro passo importante para a nova geração do ténis norte-americano, que procura recuperar os anos de glória do país e fazer regressar ao outro lado do Atlântico muitos dos troféus que nas últimas décadas tiveram como endereço o continente europeu.
Mas não se adivinha tarefa fácil, uma vez que do outro lado da rede na final de domingo estará ou Rafael Nadal, que se chegar ao encontro do título terá 20 vitórias em 20 encontros realizados este ano, ou Carlos Alcaraz, o prodígio espanhol que ainda não perdeu nenhum set em Indian Wells e venceu os últimos 10 encontros que disputou.
