Nadal derrota Kyrgios em encontro eletrizante e chega às meias-finais em Indian Wells

Os anos passam e Nick Kyrgios já não é o adolescente de 19 anos que surpreendeu Rafael Nadal em Wimbledon. Mas o espanhol continua a ser o tenista com mais “ganas” e do alto dos seus 35 anos resistiu, pela terceira vez consecutiva, à mistura de espetáculo, imprevisibilidade e sabotagem do australiano. O resultado foi um duelo eletrizante prolongado por 2h45 e celebrado em castelhano, que deu ao maiorquino um bilhete para as meias-finais do ATP Masters 1000 de Indian Wells, nos EUA.

Muito aguardado um pouco por todo o mundo, o nono capítulo do frente-a-frente entre ambos sorriu a Nadal, com os parciais de 7-6(0), 5-7 e 6-4 e após uma montanha-russa de acontecimentos e emoções.

Já distante da adolescência (está a um mês de celebrar o 27.º aniversário), Kyrgios não pôde contar com o fator surpresa que o ajudou a registar a famosíssima vitória de 2014 na relva do All England Club, mas teve o nível de jogo necessário para fazer frente à série de 18 vitórias consecutivas com que Nadal entrou para o court.

O tenista de Camberra apontou mais winners (34-30), cometeu menos erros não forçados (33-35) e foi o primeiro a colocar-se em boas posições para ganhar vantagem — liderou por 5-3 na primeira partida e criou o primeiro ponto de break do parcial decisivo. Mas faltou-lhe, como em tantas outras ocasiões, mais cabeça, ou não fosse essa a sua grande lacuna.

O tie-break do primeiro set foi perdido de forma desastrosa, não só pelos sete pontos sem resposta, mas sobretudo pelo ponto de penalidade com que terminou — após partir uma raquete, Kyrgios respondeu com uma altercação a um espetador e o árbitro, Carlos Bernardes, não o perdoou. Fast forward para o último set e foi novamente num incidente com um espetador que começou a autodestruição do australiano, incapaz de resistir a conflitos semelhantes aos que tantas vezes procura.

Do outro lado, Nadal foi igual a si próprio: sereno, excecionalmente paciente nos momentos em que o rendimento baixou e acima de tudo extremamente eficaz sempre que surgiram janelas de oportunidade para construir um resultado que lhe fosse favorável. A receita perfeita para sobreviver a um adversário que, tal como descreveu na véspera, “é capaz de derrotar qualquer um quando está num bom dia.”

E esta sexta-feira foi um bom dia de acordo com os parâmetros de Nick Kyrgios, mas do outro lado da rede esteve o melhor tenista de 2022.

Se quiser chegar às 20 vitórias em 20 encontros neste arranque de 2022, o maiorquino terá de passar ou pelo compatriota Carlos Alcaraz, ou pelo campeão em título Cameron Norrie, que se defrontam na madrugada desta sexta-feira.

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