Marta Kostyuk sobre a guerra na Ucrânia: “Vou para a cama a pensar se ainda terei família quando acordar”

Marta Kostyuk qualificou-se para a segunda ronda do WTA 1000 de Indian Wells após salvar dois match points frente a Maryna Zanevska, mas foi a guerra no seu país, a Ucrânia, que lhe preencheu a mente antes, durante e após o encontro, com a jovem de 19 anos — conhecida por ser uma das mais bem-dispostas do circuito — a revelar que não sabe como saiu por cima da batalha que se estendeu por 3h09.

“Para ser sincera, tendo em conta o estado mental em que estou neste momento foi muito difícil entrar no court. Não sabia o que esperar de mim ou do meu corpo. Quando acordei esta manhã [quinta-feira] pensei ‘não vou conseguir fazê-lo, não consigo ganhar’, mas durante o encontro tentei encontrar soluções. Ela estava a jogar muito bem e o meu objetivo principal era lutar. E lutei”, afirmou depois de salvar dois match points no tie-break do segundo set a caminho de uma vitória por 6-7(5), 7-6(5) e 7-5 sobre Maryna Zanevska, que nasceu em Odesa e representou a Ucrânia até optar pela nacionalidade belga em 2016.

“Pensei que não seria capaz de o fazer com tudo o que está a acontecer no meu país. A minha família está lá e tem sido muito difícil. Nos primeiros dias a minha família estava toda reunida na mesma casa. Se alguma coisa tivesse acontecido eu teria perdido todos os membros da minha família. Vou para a cama a pensar se ainda terei família quando acordar. É inexplicável e muito chocante”, acrescentou Kostyuk, que nasceu em Kiev.

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