Marta Kostyuk tem 19 anos, nasceu em Kiev e é uma das melhores tenistas ucranianas da atualidade. Esta quinta-feira, salvou dois match points e venceu uma das batalhas do torneio — e talvez até da temporada — contra Maryna Zanevska, que também nasceu na Ucrânia, e após o encontro de 3h09 mostrou-se muito crítica da falta de respostas que tem sentido por parte dos colegas de profissão com raízes russas.
“Nunca me senti tão unida ao meus país e ao povo ucraniano, somos uma grande família, mas no que diz respeito ao circuito estou muito desiludida porque nenhum tenista russo veio ter comigo. Nenhum deles me disse que lamenta o que o seu país está a fazer ao meu. Um jogador enviou-me uma mensagem, outro falou comigo, mas não ouvi quaisquer pedidos de desculpa, não ouvi ninguém dizer que não apoia o que está a acontecer. Para mim, isso é chocante”, afirmou a tenista de 19 anos em conferência de imprensa.
“Não tens de estar envolvido na política para te comportares como um ser humano. Toda a gente sabe o que está a acontecer. Magoou-me. Magoa-me sempre que chego a um court e vejo todos os tenistas russos, porque a única preocupação que têm é não conseguir fazer transferências bancárias. É sobre isso que estão a falar e do meu ponto de vista isso é inaceitável. Porque é que eles se comportam desta forma? Não tenho uma explicação, não faço a menor ideia”, acrescentou a atual 54.ª classificada no ranking WTA.
Na mesma conferência de imprensa, Kostyuk mostrou-se crítica das mensagens que alguns tenistas russos têm deixado com recurso às câmaras televisivas ou a peças de equipamentos, nomeadamente com a frase “No war” (“Não à guerra”): “Não gosto de as ver. Volto a dizer que não tens de estar envolvido em política para saber o que está a acontecer, quem invadiu quem e quem está a bombardear quem. É muito simples e é uma situação em que não podes ser neutro. Para mim, “No war” pode significar muitas coisas. Por exemplo, nós na Ucrânia podemos terminar a guerra desistindo. Mas isso nunca foi uma opção. Para mim, estas frases não fazem qualquer sentido. São vazias. O que é que querem? Que a Ucrânia perca? Que a Rússia ganhe? Que a Rússia perca? Para mim, dizerem “No war” significa que querem que a Ucrânia desista.”
Já reparaste que no mundo existe muitas guerras, também não vi tu nunca falando nisso.
A guerra é ruim mas ver que existe noutro lugar e ninguém diz nada e senti nada e hoje todos têm que dizer tudo.
Hipocrisia é que também não vi ninguém a ser solidário com o povo sírio, líbio, iraquiano…é demais povos que perdem seus entes queridos.
Sinto triste pela guerra no redor do mundo.
Mas não for focar nesse caso simples da Ucrânia.
Na vez dos outros não vieste dizer aqui que estás triste que fizeram noutros povos.