Ruud estraga a festa a Schwartzman e volta a conquistar Buenos Aires

Dois anos depois de ter derrotado o português Pedro Sousa para conquistar o primeiro título ATP da carreira em Buenos Aires, Casper Ruud voltou a ser feliz na capital argentina. Desta vez, com uma vitória sobre o grande favorito do público e campeão em título, Diego Schwartzman, que começou bem, mas acusou o cansaço e ficou sem pernas para lutar até ao fim.

Primeiro cabeça de série, o número oito mundial triunfou por 5-7, 6-2 e 6-3 sobre o 15.º classificado e ergueu o sétimo título da carreira em nove finais.

A frescura com que chegou à final depois de três vitórias em dois sets (a mais complicada de todas no primeiro encontro) aumentava o favoritismo de Ruud à entrada para o encontro decisivo, mas o norueguês de 23 anos não tinha encantado em nenhuma das exibições e Schwartzman, a jogar uma final pela sétima época consecutiva, tinha motivos para ambicionar mais uma conquista “em casa” apesar do cansaço acumulado.

Porque se as “maratonas” dos dias anteriores — em particular no sábado, quando teve de disputar um encontro e meio — lhe pesaram nas pernas, o nível apresentado pelo tenista de Buenos Aires em momentos de aperto fazia antever um verdadeiro braço de ferro.

E assim foi, até que esse mesmo desgaste lhe cortou o fôlego. Porque se durante a primeira partida Schwartzman conseguiu fazer de tudo um pouco — inclusive chegar a todas as bolas curtas de Ruud — e foi particularmente autoritário na reta final, a partir do momento em que enfrentou um set point, a partir de meados do segundo parcial o rendimento passou a ser outro.

Apesar de ter do seu lado a vantagem no marcador, era o tenista da casa quem precisava de manter o pé no acelerador e aproximar-se de uma vantagem em dois sets, para não ceder ao cansaço que as pernas inevitavelmente acusariam, e Ruud sabia-o. O norueguês, consideravelmente mais fresco, foi paciente, não desesperou com as oportunidades desperdiçadas na primeira hora e meia de final e passados 97 minutos celebrou a sua primeira quebra de serviço, que virou o encontro.

Uma vez na frente do segundo set, o campeão de 2020 passou a ter o ascendente da final. Com quatro jogos consecutivos, Ruud selou a conquista da segunda partida e acrescentou-lhes outros dois para sair disparado na liderança da terceira, aquela em que o serviço de Schwartzman começou realmente a ser afetado pela dificuldade de impulsão e o traiu logo a seguir ao argentino fazer o contra-break.

O esforço foi heróico, mas não deu para muito mais: após 2h34, o árbitro de cadeira “cantou” o game, set and match que ninguém nas bancadas do Court Guillermo Vilas queria ouvir, aquele que confirmou Casper Ruud como campeão do Argentina Open pela segunda vez.

Com este título, o vice-campeão do Braga Open de 2018 (uma final que perdeu para Pedro Sousa) segurou o oitavo lugar no ranking, ameaçado pela conquista de Félix Auger-Aliassime em Roterdão, e chegou aos seis títulos no circuito ATP nos últimos oito meses.

Quanto a Schwartzman, aumentou para nove as finais perdidas (em Buenos Aires já tinha perdido a de 2019, para Marco Cecchinato) em contraste com os quatro títulos conquistados, o último precisamente há um ano, na “sua” terra batida.

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