Stefanos Tsitsipas defendeu-se, esta sexta-feira, das acusações que o consideram um dos jogadores do circuito que mais indicações recebe vindas do camarote dos seus treinadores, nomeadamente do pai, Apostolos Tsitsipas, e defendeu a abolição da regra que proíbe a comunicação “simplesmente porque há demasiados treinadores que o fazem de qualquer das maneiras.”
Na sequência da derrota para Daniil Medvedev nas meias-finais do Australian Open, um encontro em que recebeu um warning por coaching depois de uma cena digna de filme, o jogador grego abordou o assunto em conferência de imprensa: “Andam a perseguir-me há algum tempo. Já recebi alguns avisos no passado e os árbitros estão sempre atentos ao meu camarote. Sinto que sou uma vítima disto há já muito tempo. Acho que eles nunca vão compreender que enquanto estou a jogar estou tão concentrado que não consigo ouvir nada.”
“Vocês viram-me no outro dia, perdi por duas vezes a noção do resultado a meio do jogo. Estou tão concentrado a tentar encontrar soluções e a ler o jogo, a recriar o jogo na minha cabeça antes do começo dos pontos, que não consigo ouvir nada e a última coisa que quero é alguém no meu ouvido a dizer-me o que tenho de fazer. E com o público tão barulhento antes de cada ponto precisaria de superpoderes para ouvir indicações”, acrescentou Tsitsipas.
O grego aproveitou ainda para explicar que já abordou a situação com o pai: “Já tivemos esta discussão. Quando há muita ação, a solução para o meu pai é falar e não há nada que o pare. É uma coisa que lhe acontece naturalmente e já falei com ele sobre isto, gastei horas a tentar resolvê-lo, mas é uma coisa que lhe é natural. Tenho a certeza de que vou continuar a receber os warnings, apesar de não conseguir ouvir nada. Mas está tudo bem, podem fazê-lo se entendem que é a coisa certa a fazer.”