Nadal supera dor no estômago e vence thriller dramático para regressar às meias-finais do Australian Open

Rafael Nadal esteve entre a espada e a parede, mas conseguiu escapar à implosão causada por uma súbita queda de rendimento — acentuada por problemas no estômago — e derrotou Denis Shapovalov para carimbar a passagem às meias-finais do Australian Open pela sétima vez na carreira.

A jogar pela quinta vez consecutiva na sessão diurna, o tenista maiorquino de 35 anos venceu por 6-3, 6-4, 4-6, 3-6 e 6-3 quando estavam decorridas 4h05.

Mas o encontro esteve encaminhado para um desfecho mais rápido: Nadal dominou de forma clara as duas primeiras partidas, em que apontou 20 winners e não enfrentou qualquer break point, e pareceu bem longe de perigos.

Só que Shapovalov não desistiu, encontrou soluções onde já não parecia existir volta a dar e com um ténis mais agressivo, avançando de forma considerável no court, começou a criar dificuldades ao espanhol. Para além da contagem de winners, também os níveis de confiança subiram e o canadiano começou a desenhar a segunda vitória da carreira frente a Nadal — a primeira, no ATP Masters 1000 do Canadá em 2017, catapultou-a para o estrelado.

A recuperação do jovem nascido em Telavive foi acelerada pelos problemas físicos que Nadal sentiu de repente. Durante a quarta partida, o espanhol chamou o fisioterapeuta do torneio, apontou para o estômago e recebeu uns comprimidos, mas era demasiado tarde: com Shapovalov em alta, o quinto set tornou-se inevitável.

Na partida decisiva, a mentalidade fez a diferença. Shapovalov cedeu, cometeu demasiados erros (13, quase tantos como no terceiro e quarto sets) quando apenas dependia do seu ténis e não aproveitou para “massacrar” o físico de Nadal, que confrontado com uma nova janela de oportunidade partiu para a luta e fez o que o canadiano não conseguiu.

Espanhol foi assistido e recebeu uns comprimidos que o ajudaram a ultrapassar dificuldades no estômago

Estas serão as sétimas meias-finais no Australian Open para Rafael Nadal, que igualou Ivan Lendl no nono lugar da lista de mais presenças nesta fase do torneio (Roger Federer lidera com 15, o recordista de títulos Novak Djokovic tem nove).

Com 35 anos e 241 dias, o maiorquino tornou-se também no quarto homem mais velho desde o começo da Era Open a chegar tão longe no torneio. Mas ainda faltam dois grandes passos para alcançar o objetivo a que se propôs quando viajou para a Austrália. O primeiro, que vale a sexta presença na final (venceu em 2009, perdeu em 2012, 2014, 2017 e 2019), terá de ser dado contra quem sair por cima do encontro entre Gael Monfils e Matteo Berrettini, na sessão noturna desta terça-feira (não antes das 9h30 de Portugal Continental).

Última atualização às 07h53.

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