Melbourne, na Austrália, é a casa de cerca de 400.000 gregos (mais só em Atenas) e a presença assídua de várias centenas nas bancadas da Rod Laver Arena fez-se ouvir esta segunda-feira, quando Stefanos Tsitsipas completou a reviravolta e derrotou Taylor Fritz por 4-6, 6-4, 4-6, 6-3 e 6-4 para avançar pela terceira vez na carreira para os quartos de final do Australian Open — uma fase em que nunca caiu.
Num duelo emocionante, Fritz foi o melhor jogador em grande parte dos momentos (sobretudo nos três primeiros sets). Mas Tsitsipas fez valer a experiência que recolheu nos últimos anos, não entrou em pânico e esperou pacientemente pelas circunstâncias certas para dar a volta ao norte-americano, que procurava os primeiros quartos de final da carreira em torneios do Grand Slam e depois de uma entrada muito positiva não soube fechar-lhe a porta.
Os 79% de pontos ganhos no primeiro serviço (com o qual apontou 19 ases) e os 53 winners atestam a agressividade de Tsitsipas, mas Fritz não lhe ficou nada atrás (79% de pontos ganhos no primeiro serviço e 52 winners) e colocou-o numa posição desconfortável — a de não conseguir ditar a construção de grande parte dos pontos. Ainda assim, o campeão do Millennium Estoril Open 2019 encontrou soluções, aproveitou a quebra física do norte-americano e acabou a fazer a festa.
Para além do equilíbrio entre os dois jogadores, o encontro também ficou marcado pelo episódio curioso que o árbitro de cadeira, Damien Dumusois, protagonizou ao fazer um pedido a Tsitsipas: o pai do grego, Apostolos Tsitsipas, estava a desrespeitar de forma contínua os regulamentos ao enviar instruções para dentro do campo e teria de parar rapidamente para não levar à entrega de mais warnings — e consequentes perdas de pontos — para o filho.
Semifinalista em 2019 e 2021, Tsitsipas vai tentar manter o registo imaculado em quartos de final no Australian Open frente a Jannik Sinner, que começou a semana a derrotar João Sousa e esta segunda-feira bateu Alex de Minaur.
Última atualização às 13h24.