☕️ da manhã: maratonas, uma cadeira de rodas, uma selfie antes do tie-break decisivo e a vingança prometida

Mais uma madrugada agitada em Melbourne Park, onde o equilíbrio começa a ganhar força — Ashleigh Barty foi a maior exceção ao registar a segunda vitória consecutiva em menos de uma hora — e as batalhas com contornos dramáticos estão na ordem do dia. Mas não só: nas primeiras horas desta quarta-feira também houve tempo para um novo capítulo da prometida vingança por Novak Djokovic, uma selfie num momento decisivo (imagine-se) e mais uma “tesourada”.

“Café da manhã” é o resumo do Raquetc sobre tudo o que aconteceu durante a madrugada em Melbourne Park. Para os que se esqueceram de tomar café, para os que o beberam mas não ficaram noite dentro e até para quem viu tudo — com um toque de boa disposição e aquilo que as aplicações de resultados não dizem.

A primeira batalha do dia desenrolou-se na Margaret Court Arena, onde a francesa Harmony Tan (107.ª WTA e campeã do Loulé Open em 2021) forçou a ucraniana Elina Svitolina (17.ª WTA) a um terceiro set, mas não conseguiu resistir às dificuldades físicas e abandonou o encontro com a ajuda de uma cadeira de rodas (6-3, 5-7 e 6-1 favoráveis a Svitolina).

A participar pela primeira vez no quadro principal de um torneio do Grand Slam, a gaulesa fez de tudo para acabar o encontro, mas acabou por seguir o conselho da árbitro de cadeira para não agravar uma lesão que se tornou cada vez mais visível e incómoda.

Bem mais tranquilas foram as vitórias de Victoria Azarenka (6-1 e 6-2 a Jill Teichmann para marcar encontro com a ucraniana) e de Paula Badosa, que na estreia na Rod Laver Arena superou Martina Trevisan por 6-0 e 6-3. Para a espanhola, uma das sensações de 2021, segue-se um reencontro com a melhor amiga Marta Kostyuk, ucraniana que em 2018 fez história ao alcançar a terceira ronda com 15 anos e que esta quarta-feira superou Sara Sorribes Tormo (32.ª cabeça de série) por 7-6(5) e 6-3.

Num dia “em cheio” para o ténis espanhol, Rafael Nadal (6-2, 6-3 e 6-4 contra Yannick Hanfmann) e Carlos Alcaraz (6-2, 6-1 e 7-5 contra Dusan Lajovic) também venceram sem dificuldades de maior, mas o mesmo não se pode dizer sobre Pablo Carreño Busta.

O ex-campeão do Millennium Estoril Open e medalha de bronze nos Jogos Olímpicos precisou de 4h10 para selar a passagem à terceira ronda, mas já se esperavam dificuldades: afinal, do outro lado da rede esteve o holandês Tallon Griekspoor, que fez história em 2021 ao tornar-se no primeiro jogador a conquistar oito torneios Challenger numa só época (todos entre maio e novembro) e chegou a este duelo com uma série de 29 vitórias consecutivas.

Carreño Busta fez o que já ninguém conseguia desde Novak Djokovic, no US Open, graças aos parciais de 6-3, 6-7(6), 7-6(3), 3-6 e 6-4. E pelo meio assinou um dos pontos que ficarão para a história do torneio, ao reagir na perfeição a um smash “frouxo” de Griekspoor e apressar-se para a rede para concluir o ponto… Do outro lado do court. A celebração diz tudo:

Algumas horas depois, mais duas “maratonas” que se prolongaram para lá das quatro horas de jogo: Denis Shapovalov precisou de 4h25 para superar o sul-coreano Soonwoo Kwon por 7-6(6), 6-7(3), 6-7(6), 7-5 e 6-2, enquanto Sebastian Korda só derrotou Corentin Moutet por 3-6, 6-4, 6-7(2), 7-5 e 7-6(6) depois de 4h47.

Sobre este encontro, dois episódios memoráveis: Moutet, que serviu para a vitória no quarto set, sorriu para a selfie de um espetador a poucos segundos de iniciar o match-tiebreak decisivo do quinto parcial; e Korda, que joga pela primeira vez o Australian Open, celebrou com mais uma “tesourada” em homenagem ao pai, campeão do torneio em 1998 que se tornou famoso com o “pontapé de tesoura” pós-triunfos.

Na madrugada desta quarta-feira (dia na Austrália) houve ainda tempo para mais um capítulo da “vingança prometida”: Miomir Kecmanovic, que inicialmente teria Novak Djokovic pela frente na primeira ronda do quadro principal, avisou que queria “vingar” a deportação do compatriota e voltou a cumprir a promessa, ao derrotar o norte-americano Tommy Paul por 7-6(7), 7-5 e 7-6(8) depois de anular vários set points na primeira e terceira partidas. Segue-se Lorenzo Sonego numa secção, recorde-se, muito aberta devido à desistência do número um mundial numa altura em que o quadro já não podia ser reajustado…

A “primeira parte” da jornada concluiu-se com mais uma vitória de Amanda Anisimova, a sétima em 2022. Campeã de um WTA 250 em Melbourne no arranque da temporada, a ex-semifinalista de Roland-Garros aproveitou uma fase menos boa de Belinda Bencic para derrotar a campeã olímpica (e 22.ª cabeça de série) por 6-2 e 7-5 e alcançar a terceira ronda de um torneio do Grand Slam pela primeira vez desde o US Open de 2020.

E agora vem aí a sessão noturna.

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Total
0
Share