Boris Becker assumiu o papel de treinador de Novak Djokovic durante três anos e sentou-se no camarote do sérvio durante seis das 20 conquistas em torneios do Grand Slam, pelo que conhece como poucos os pontos fortes do atual número um mundial, mas também as fraquezas. E acredita que se não se vacinar contra a covid-19 estará a comprometer a fase final da carreira de forma flagrante.
“Sou tão próximo do Novak Djokovic que quase o considero família — mas como em todas as famílias há coisas em que não se está de acordo e neste caso acho que ele está a cometer um enorme erro ao não se vacinar contra a covid-19. É um erro que ameaça o resto da carreira e as suas hipóteses de se assumir como o melhor tenista da história”, afirmou o alemão de 54 anos, ex-número um mundial, num artigo de opinião publicado no Daily Mail.
Na mesma publicação, Boris Becker recordou que “sentei-me quatro vezes no seu camarote com ele a ganhar o Australian Open, por isso estou plenamente ciente das suas grandes qualidades como competir incrível. E também acho que ele tem um grande carácter que pode facilmente ser mal interpretado. Mas estes pontos fortes também podem ser pontos fracos e a mesma determinação incrível com que o vi vencer tantos encontros equilibrados pode ser uma vulnerabilidade por causa da sua teimosia.”
Com muito poucas certezas de que Djokovic venha a mudar de opinião e ser vacinado, Boris Becker acrescentou que “se não o dizer, daqui a 10 anos vai olhar para trás e perceber que cometeu um erro enorme. Não se trata apenas da Austrália, vivemos num mundo diferente e ele vai ter muitas dificuldades em viver como um jogador de ténis profissional a viajar pelo mundo sem estar vacinado.”
“São estas as regras, goste-se ou não tens de as aceitar. Talvez um dia voltemos a uma situação normal, mas aos 34 anos ele já não tem muito tempo para perseguir os seus objetivos”, concluiu o alemão.