Faltou emoção, faltou mediatismo e faltaram muitas estrelas, mas a primeira edição após o conturbado rebranding da Fed Cup para Billie Jean King Cup (Finals) concluiu-se este sábado em Praga, na República Checa, com a vitória da Rússia — sob o nome da sua federação — contra a Suíça. E Liudmila Samsonova foi a grande figura da equipa campeã.
Chamada pela primeira vez à seleção, Samsonova reagiu da melhor forma possível e vestiu a capa de heroína ao somar três vitórias em pares e duas em singulares para terminar a semana com cinco vitórias, 0 derrotas e o prazer de conquistar o ponto decisivo: a número 40 WTA derrotou a campeã olímpica Belinda Bencic (17.ª classificada no ranking) depois de uma reviravolta, com os parciais de 3-6, 6-3 e 6-4. Mas o título não foi entregue sem alguma polémica à mistura.
Obrigada a vencer para igualar a final, que foi inaugurada com o triunfo de Daria Kasatkina (28.ª) por 6-2 e 6-4 contra Jill Teichmann (39.º), Bencic contava enfrentar Anastasia Pavlyuchenkova no segundo e último encontro de singulares do dia. Mas a equipa da Rússia — à semelhança do que aconteceu nos Jogos Olímpicos de Tóquio manteve-se a punição pelo enorme escândalo de doping recente — alegou uma lesão no joelho esquerdo da número 12 mundial e, a apenas 15 minutos do começo do encontro, o capitão Igor Andreev anunciou a alteração que surpreendeu o conjunto suíço.
No final, nem Belinda Bencic nem o seu capitão, Heinz Guenthardt, perdoaram o “jogo sujo” das adversárias, considerando que a situação não foi gerida da melhor maneira e que, pelo contrário, a Rússia aproveitou para atrasar ao máximo a substituição e, assim, virar do avesso a preparação para o embate.
Certo é que, uma vez dentro do campo, Bencic não conseguiu capitalizar a vantagem ganha com a conquista da primeira partida e perdeu pela terceira vez em três encontros com Samsonova em 2021 (Berlim, Luxemburgo e agora Praga).
Depois de três finais perdidas (em 2011, 2013 e 2015), a última precisamente na O2 Arena de Praga, a Rússia conquistou a edição inaugural das Billie Jean King Cup Finals — que adotaram um formato semelhante às Davis Cup Finals — e ergueu pela quinta vez a taça (2004, 2005, 2007 e 2008). Tem agora os mesmos títulos que a Espanha e apenas fica atrás da Austrália (7), da República Checa (11) e dos EUA (18).
Títulos | Finais | País |
---|---|---|
18 | 30 | Estados Unidos da América |
11 | 12 | República Checa |
7 | 18 | Austrália |
5 | 12 | Rússia |
5 | 11 | Espanha |
4 | 5 | Itália |
3 | 6 | França |
2 | 7 | Alemanha |
1 | 2 | África do Sul |
1 | 2 | Bélgica |
1 | 1 | Eslováquia |
4 | Grã-Bretanha | |
2 | Holanda | |
2 | Suíça | |
1 | Sérvia | |
1 | Bielorrússia |