Limitações físicas preocupam João Domingues mas vontade de jogar em casa fala mais alto

Beatriz Ruivo/FPT

BRAGA — Campeão em título no Braga Open, João Domingues não conseguiu ultrapassar a primeira ronda na edição de 2021. O tenista de Oliveira de Azeméis cedeu esta terça-feira para Jesper De Jong e viu gorada a possibilidade de um segundo triunfo consecutivo no Clube de Ténis de Braga.

No final do encontro, o tenista português, que confessou estar “sempre limitado por lesões este ano”, analisou o embate em conferência de imprensa: “Sabia que ia ser um jogo duro, ele [De Jong] tem vindo a fazer uma boa época este ano e sabia que vinha com confiança e com boas dinâmicas, de vitórias e jogos bem jogados. Acho que entrei bastante apático, um pouco nervoso, talvez, e isso fez com que lhe desse alguma confiança e tranquilidade ao longo do primeiro set. Mesmo quando consegui recuperar o break, acho que já fui um bocadinho tarde, também”, observou.

Apesar de ainda não estar ao melhor nível, muito devido aos problemas físicos recorrentes, o embate desta terça-feira trouxe algumas coisas positivas para o tenista de 27 anos. “Aos poucos vou encontrando-me um bocadinho mais no campo, tenho alguns momentos bons e outras quebras que antigamente não tinha, mas também é natural. Não tenho competido bem, não tenho estado bem fisicamente e quando não se está bem fisicamente estás focado naquilo e não em como deves jogar. Faz parte, tenho de continuar a trabalhar e tentar recuperar a minha forma física e tenística”, afirmou.

O problema físico que tem vindo a limitar o tenista luso está situado no pé direito. Apesar de ser algo que limita João Domingues “após algum tempo, alguns jogos”, a vontade de jogar no país natal fala mais alto para o oliveirense: “Desisti das últimas duas semanas por causa do meu pé. Já tenho isto no pé há alguns meses, que vem agravando. Jogar aqui em Braga é como jogar em casa, gosto muito e sempre fui muito acarinhado. Já me correu bem também e é como se fosse jogar em casa. Fiz questão de jogar o torneio e faço questão de jogar todos os torneios em Portugal. Para a semana não sei bem o que vou fazer, vai depender de como reagir o meu pé”.

Regressando à análise ao encontro e ao que pode tirar de positivo apesar do desaire, Domingues reforçou que já conseguiu ver algumas das dinâmicas habituais no seu jogo, mas reconheceu que faltam as vitórias para ganhar confiança. “Tive momentos em que já consegui ver os meus padrões de jogo, consegui implementar um pouco mais o meu estilo de jogo. É a coisa boa do jogo em si, já consegui perceber e consegui ver algumas rotinas que costumo fazer. Tenho também de ter vitórias no bolso para ficar mais tranquilo e com mais confiança para jogar um bocadinho mais solto”, disse.

No que diz respeito a uma eventual pressão acrescida por defender o título em Braga, João Domingues afirmou que não sentiu muito o nervosismo extra, até porque os pontos já tinham caído anteriormente: “Sinceramente, não. Os pontos caíram já em março ou abril, por isso estava tranquilo em relação a isso. Obviamente que estava com uma expectativa boa de jogar em Braga, porque gosto de jogar aqui e gosto de estar aqui. Gosto da cidade, tenho pessoas aqui por quem tenho muito carinho. Por isso, nesse sentido estava muito contente por jogar aqui, pela envolvência principalmente”.

Admitindo alguma frustração por não conseguir colocar o melhor do seu ténis em court, João Domingues lamentou que o último ano e meio tenha sido atribulado ao nível físico. “É sempre difícil lidar com lesões sabendo que não se está no melhor nível e podia-se aproveitar certas oportunidades. Por exemplo, nunca houve tantos Challengers em Portugal. Sempre gostei de jogar em Portugal, acho que sempre joguei a um bom nível em Portugal, mas não consegui aproveitar da melhor maneira. É sempre um bocadinho frustrante quando se tem uma lesão, se recupera e voltas a ter uma diferente. O meu último ano e meio foi baseado nisso”, disse.

“São coisas que, infelizmente, não controlamos. Faz parte. Como a mim me está a acontecer agora, já aconteceu a muitos outros. Tenho de tentar estar tranquilo, às vezes não é fácil porque vês os pontos a cair. E quero jogar. Quero jogar bem, pelo menos jogar sem dores. Não há um treino que acabe sem dores no pé neste momento, muito menos um jogo a sério. É tudo totalmente mais agressivo”, acrescentou o tenista de Oliveira de Azeméis.

O que se segue daqui até ao final da temporada ainda é incerto para o tenista luso, que completa em breve o 28.º aniversário, e terminar a época mais cedo não é uma carta fora do baralho: “Estou inscrito aqui, em Lisboa e em Barcelona. Depois não estou inscrito nem sei o que vou fazer. Não sei se paro já e tento pôr-me em forma. Está em cima da mesa parar já o ano”.

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