Filha de um pai romeno e uma mãe chinesa, Emma Raducanu nasceu em Toronto, mas mudou-se aos dois anos para Londres, onde esta semana está a escrever a história mais dourada do torneio de Wimbledon: com apenas 18 anos, a nova coqueluche do ténis britânico — que nem os britânicos conheciam — derrotou Sorana Cirstea por 6-3 e 7-5 e apurou-se para a quarta ronda, garantindo um lugar na programação da mítica Manic Monday.
Número 338 do ranking WTA, a jovem britânica conta com três títulos ITF no currículo (o último em dezembro de 2019, acabada de fazer 17 anos) e até esta semana tinha construído um percurso coeso, mas modesto no circuito mundial, pelo que chegou ao All England Club como uma perfeita desconhecida para a maioria dos seus compatriotas, assunto que se encarregou rapidamente de alterar com vitórias sobre Vitalia Diatchenko (7-6 e 6-0), na primeira ronda, e Marketa Vondrousova (6-2 e 6-4), na segunda.
Mas foi este sábado, em pleno Court No. 1 (o segundo maior do complexo) e com mais uma vitória em dois sets, que Raducanu atingiu um patamar de outro calibre, uma vez que o triunfo sobre Cirstea, que está 293 lugares à sua frente no ranking, lhe deu acesso à segunda semana do Grand Slam britânico — um feito inatingível para a maioria dos tenistas que chegam a este nível.
Com apenas 18 anos, mas com uma maturidade que tem impressionado e uma enorme eloquência tanto no court, como na sala de imprensa, Emma Raducanu já garantiu a entrada no top 200 (neste momento está projetada para subir ao 175.º lugar, que lhe derá acesso a novas oportunidades) e, mais do que isso, conquistou os corações de uma das nações mais importantes do ténis mundial. Como para qualquer estrela que nasça, e sobretudo em Wimbledon, daqui para a frente o céu é o limite…