Já bem dentro da maioridade e entrosado no palco a que o regresso sempre esteve destinado, o Porto Open alcançou, em 2021, um dos patamares desejados ao integrar pela primeira vez o calendário do ATP Challenger Tour. Agora, o maior torneio da cidade invicta — e um dos mais históricos do país — quer segurar o estatuto, manter a qualidade que lhe é característica e continuar a apontar para o futuro.
A história do Porto Open começou em 1998 no Complexo Desportivo do Monte Aventino, que no ano anterior foi inaugurado com uma exibição de luxo protagonizada por Yannick Noah, Anna Kournikova, Mansour Bahrami e Sofia Prazeres, continuou no Clube de Ténis do Porto entre 2010 e 2018 e voltou a escrever-se a partir da “casa mãe” em 2019, quando uma parceria com a Federação Portuguesa de Ténis — que assumiu a gestão e renovação das instalações — significou a estreia do torneio no piso rápido e um passo decisivo para chegar a novos, mas não desconhecidos patamares.
“A casa do Porto é esta, porque é um torneio da cidade. O Clube de Ténis do Porto foi fantástico, mas não fazia sentido termos umas instalações de ténis com esta categoria e organizar o torneio noutro sítio. Como estava, estava bem, mas para sermos mais ambiciosos precisávamos de umas instalações preparadas para o receber”, explicou António Paes de Faria, presidente da Associação de Ténis do Porto, que começou por organizar o Porto Open com a Norténis, depois assumiu inteiramente a responsabilidade e em 2019 estabeleceu a referida parceria.
Com a transição consumada, dois anos bastaram para o Porto Open alcançar um objetivo que esteve sempre presente. “A ideia de um torneio destes, que no fundo é o torneio âncora de umas instalações com características mais do que apropriadas para receber um grande evento e que é um torneio ícone de uma região em que se joga ténis há muito tempo e à qual pertence a segunda cidade do país, é sempre tentar chegar ao nível superior. Desde o início que o queríamos fazer e este ano surgiu a oportunidade.”
Habituado a voos altos, dos quais se destacou a chegada ao circuito WTA nos anos de 2001 e 2002 (a primeira edição foi ganha pela mundialmente famosa Arantxa Sánchez Vicario, campeã de Roland Garros em três ocasiões e ex-número 1 mundial, e a segunda por Ángeles Montolio), o Porto Open deu, desta vez, um passo à frente no ténis masculino de forma a aproveitar a oportunidade que surgiu e assim cumpriu o sonho de chegar ao ATP Challenger Tour pela primeira vez.
Agora, cumprido esse sonho, o torneio tem como prioridade assegurar a continuidade neste escalão do circuito masculino e só depois pensará em mais. “Uma prova com estas condições e circunstâncias tem sempre como fasquia tentar chegar aos circuitos ATP ou WTA, seja às categorias mais baixas, como esta, ou às mais altas. Neste momento seria perigoso não nos concentrarmos em solidificar o torneio masculino e pensarmos já em subir o feminino. É como se diz, mais vale um pássaro na mão do que dois a voar e temos de ter algum cuidado, porque este ano há ajudas da ATP para se fazerem estas provas em Portugal, mas nos próximos anos não vão acontecer da mesma maneira. Mas vamos continuar a organizar a prova feminina porque este é um evento que quer continuar a ser combinado e depois se houver alguma oportunidade de a subir logo se vê”, acrescentou Paes de Faria.
Independentemente das categorias e níveis que o futuro reserve, certo é que na génese do Porto Open continuará a estar a paixão pela promoção da modalidade e que o torneio voltará a levar o ténis à cidade assim que normalidade seja restabelecida: “Este ano não se nota, porque não temos público, mas queremos voltar a associar ao Porto Open uma série de eventos que trazem as pessoas ao ténis mantendo a visão de desenvolvimento e popularização do ténis em Portugal. No meio da desgraça da covid-19 as coisas até não têm corrido mal para o ténis, que de uma forma natural tem vantagens por ser um desporto individual praticado ao ar livre, e todos aproveitaram bem a oportunidade, mas temos de aproveitar este trabalho para continuar a fazer com que o ténis apareça cada vez mais na televisão, nas notícias e nas redes sociais.”
E assim, ano após ano, a galeria de campeões (na qual figuram vários nomes portugueses) continuará a aumentar.
Edição | Torneio feminino | Campeã | Torneio masculino | Campeão |
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2020 | ITF 25.000$ | Georgina-Garcia-Perez | ITF 25.000$ | Gastão Elias |
2020 | ITF 15.000$ | Beatriz Haddad Maia | — | — |
2019 | ITF 25.000$ | Eva Guerrero Alvarez | ITF 25.000$ | Pablo Vivero Gonzalez |
2018 | ITF 25.000$ | Cristina Bucsa | ITF 25.000$ | Mate Valkusz |
2017 | ITF 15.000$ | Michaela Honcova | ITF 25.000$ | João Monteiro |
2016 | ITF 10.000$ | Nina Stadler | ITF 25.000$ | Ricardo Ojeda Lara |
2015 | — | — | ITF 10.000$ | Arthur De Greef |
2014 | — | — | ITF 10.000$ | Frederico Gil |
2013 | — | — | ITF 10.000$ | Taro Daniel |
2012 | — | — | ITF 10.000$ | Marc Giner |
2011 | — | — | ITF 10.000$ | Boy Westerhof |
2010 | ITF 10.000$ | Gail Brodsky | ITF 10.000$ | Laurent Rochett |
2009 | ITF 10.000$ | Irene Santos Bravo | ITF 10.000$ | Daniel Smethurs |
2008 | ITF 10.000$ | Appollonia Melzani | ITF 10.000$ | Jan Hajek |
2007 | ITF 10.000$ | Katerina Vankova | ITF 10.000$ | Leonardo Tavares |
2006 | — | — | — | — |
2005 | ITF 25.000$ | Tina Schiechtl | — | — |
2004 | ITF 25.000$ | Nathaly Virin | — | — |
2003 | ITF 25.000$ | Severine Beltrame | — | — |
2002 | WTA | Angeles Montolio | — | — |
2001 | WTA | Arantxa Sanchez-Vicário | — | — |
2000 | ITF 75.000$ | Maria Antonia Sanchez-Lorenzo | — | — |
1999 | ITF 25.000$ | Dessislava Topalova | — | — |