Treinada por Maria João Koehler, Ellen Perez fura o qualifying de Wimbledon

Quase 18.000 quilómetros separam Melbourne, na Austrália, do Porto, mas Maria João Koehler e Ellen Perez “reuniram-se” virtualmente, acordaram a parceria e começaram rapidamente a celebrar. Esta sexta-feira, a australiana, treinada pela portuguesa, qualificou-se para o quadro principal de Wimbledon.

“Começámos a trabalhar juntas uns dias antes de Roland-Garros. Já tínhamos falado há uns meses, quando estava na temporada americana, e acordamos que quando viesse para a Europa a ia acompanhar. A Ellen estava à procura de treinador, uma vez que está a viajar sozinha desde fevereiro, quando saiu da Austrália, e na altura outra jogadora falou-lhe de mim e recomendou-me”, começou por contar a ex-tenista portuguesa, contactada pelo Raquetc.

Apesar da parceria ainda ser recente, o balanço feito por Maria João Koehler é muito positivo. “Tem corrido bem. Em Roland-Garros perdeu na última ronda do qualifying, que é a melhor prestação até à data, e nos pares teve uma muito boa vitória contra a Venus [Williams] e a Coco [Gauff] antes da parceira desistir. Fez também uma final de pares num WTA 250, muito perto de ganhar o título, tendo perdido 10-8 no super tiebreak. E agora esta semana. Tem havido melhorias e está a ganhar cada vez mais confiança no seu jogo”, afirmou.

A agora treinadora lusa considera que a sua jogadora é uma atleta que se “adapta bem aos três tipos de piso”. “É talentosa, tem boas pancadas, mexe-se bem, joga bem na rede e pode servir muito bem. Tem mais valias em todas as superfícies. Na terra escorrega muito bem, é rápida a mexer-se e consegue jogar pesado. Na relva, o facto de ser canhota dá-lhe um pouco de vantagem no serviço, tem bons slices e vai bastante bem para a rede”, acrescentou.

Um dos objetivos para esta temporada foi alcançado esta sexta-feira: entrar no quadro principal de um Grand Slam. No entanto, existem mais metas a atingir para a tenista australiana e para as quais Maria João Koehler tenta contribuir: “Os objectivos deste ano são a qualificação para os Jogos Olímpicos, eram qualificar ou entrar directa num ou mais Grand Slams. Tem como objetivo jogar também a Fed Cup pela seleção australiana”. E há objetivos que não são obrigatórios para 2021, mas que estão na checklist a médio/longo prazo: “O top 100 no ranking de singulares. Nos pares já é top 50″.

Na fase de qualificação de Wimbledon, que se joga em Roehampton, Ellen Perez conseguiu três boas vitórias para carimbar o passaporte para o All England Club. Esta sexta-feira, a australiana venceu Océane Dodin e Maria João Koehler fez o balanço desta primeira fase da prova: “Fez três jogos bastante bons sem perder qualquer set. Nas últimas semanas e na preparação dos torneios de relva temo-nos vindo a focar mais em alguns padrões de serviço de canhota e inícios de jogada que aqui ainda são mais importantes. Conseguiu sempre ser muito eficiente nos seus jogos de serviço, jogou de forma muito sólida em momentos importantes e geriu muito bem momentos de nervosismo e tensão”, analisou a técnica lusa.

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