Está aí a primeira vitória portuguesa na edição de 2021 de Wimbledon: Frederico Silva contrariou o teórico favoritismo de Evgeny Donskoy (140.º ATP), venceu em dois sets — 7-5 e 6-3 — e apurou-se para a segunda ronda da fase de qualificação do terceiro Grand Slam da temporada.
O tenista caldense, que chegou ao All England Club sem realizar qualquer encontro oficial em relva na presente época, serviu muito bem e foi capaz de comandar os pontos a partir da primeira pancada. O pupilo de Pedro Felner colocou 70% das primeiras bolas, venceu 69% dos pontos com o primeiro serviço e cometeu muito menos erros (12 contra 26) do que o adversário, apesar de também ter rubricado menos winners (11 contra 18).
Donskoy, 24.º cabeça de série no qualifying, até foi o primeiro tenista a chegar ao break e liderou por 4-2 na primeira partida, mas Frederico Silva respondeu pouco depois e relançou a discussão do parcial. Com uma ponta final de set mais forte, o tenista português foi capaz de conseguir um segundo break e adiantou-se no marcador.
Em vantagem e a um set da segunda ronda, o atleta das Caldas da Rainha voltou a entrar forte na segunda partida e chegou ao break logo no segundo jogo. De seguida, o número três nacional recuperou de uma desvantagem de 0-30 e confirmou o break com o jogo de serviço que lhe permitiu chegar ao 3-0. No sétimo jogo, Donskoy teve três oportunidades para recuperar a quebra de serviço de atraso, mas o jogador português, de 26 anos, eliminou cada uma delas e manteve a vantagem que lhe valeu o triunfo.
A vitória desta terça-feira permite a Frederico Silva igualar a melhor prestação de sempre em Wimbledon, a segunda ronda da fase de qualificação alcançada em 2016, o único ano em que o atual 176.º classificado do ranking ATP jogou no All England Club em toda a carreira. No caminho do atleta luso segue-se o egípcio Mohamed Safwat, número 172 mundial, que sorriu por último diante de Mikael Torpegaard (215.º), numa batalha que superou as duas horas de duração e que terminou com os parciais de 7-5, 3-6 e 7-5.
