Gastão Elias, o campeão do Oeiras Open que sempre acreditou no regresso aos títulos

OEIRAS — Final feliz para a série de sete semanas de ténis ao mais alto nível no concelho de Oeiras, com Gastão Elias a sagrar-se campeão de um torneio do ATP Challenger Tour pela primeira vez em mais de três anos e a reforçar o regresso aos grandes palcos que começou a desenhar há sensivelmente uma época, depois de duas fustigadas por várias lesões. Assim, a sensação foi de missão cumprida e a expressão um (grande) sorriso, mas com os pés assentes na terra e os olhos postos no futuro.

“Quartos de final, meias-finais, final e agora campeão… Era o que eu desejava para esta semana e estou muito feliz por acabar assim esta série de torneios”, afirmou o tenista português de 30 anos ao recordar os resultados que atingiu (não por esta ordem) nas quatro semanas de ATP Challenger Tour no Jamor.

“Sinto-me bastante bem por sair com a vitória num jogo que senti que se estava a complicar muito. Podia ter sido mais simples se eu tivesse aproveitado os momentos iniciais dos sets, mas acabou por ter um desfecho tenso e complicado”, acrescentou Elias sobre o duelo ganho frente ao jovem Holger Rune por 5-7, 6-4 e 6-4 depois de 2h44. “Ontem ele teve cãibras e eu sabia que se conseguisse fazer com que os pontos fossem mais compridos e intensos, dando-lhe menos tempo para respirar, o jogo podia acabar para o meu lado. Mas ele foi capaz de se impor sobre esse meu estilo de jogo e foi muito agressivo e forte no início das jogadas, o que me complicou a vida.” 

A vitória deste domingo traduziu-se no oitavo título de Gastão Elias em torneios Challenger, primeiro desde outubro de 2017 e após dois anos marcados por várias lesões — “nenhuma muito grave, mas várias pequenas lesões”, como destacou pelo meio — que fizeram desta uma conquista especial, até porque foi a primeira a ser celebrada em casa. “Nunca tinha tido a oportunidade de desfrutar de um título como este em Portugal. Já tinha tido algumas vitórias muito boas e talvez até mais emocionantes, mas não deixa de ser um título e um torneio relativamente grande, portanto fico muito feliz. Já andava a querer conquistar um destes em Portugal há algum tempo.”

Chamado a recordar os momentos menos felizes dos últimos anos, o ex-top 60 ATP (foi número 57 em outubro de 2016) contou que “tinha plena confiança nas minhas capacidades e não precisava do título para saber que o podia voltar a fazer, porque era só uma questão de voltar ao ritmo de competição e ter novamente a oportunidade de jogar Challengers, mas claro que para a confiança é sempre importante.”

E agora… O futuro: se durante a série de torneios no Jamor apontou ao regresso aos torneios do Grand Slam no qualifying do US Open, com a vitória no Oeiras Open 4 a possibilidade de garantir um bilhete para a fase de qualificação de Wimbledon tornou-se bem real, uma vez que para além de subir a 253.º na tabela classificativa também ganhou um lugar no Challenger 80 de Biella, em Itália, já na próxima semana. “Agora esse objetivo torna-se bem mais real. Não sei se já entro, mas se puder [voltar] já em Wimbledon melhor, mas se for assim tenho de ir atrás de roupa branca porque não tenho nenhuma, acrescentou Gastão Elias, que apontou a “chegar o mais perto possível do top 100” em 2021 como a meta principal para os próximos meses.

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