OEIRAS — Final, meias-finais e agora quartos de final no Oeiras Open 125. Os torneios Challenger disputados no Jamor têm corrido bem a Gastão Elias e o regresso ao top 300 na segunda-feira já é uma certeza. Esta quinta-feira, o antigo 57 do ranking ATP e adversário de muitos dos melhores jogadores da modalidade cedeu perante o jovem prodígio Carlos Alcaraz e, no final, desfez-se em elogios ao espanhol de 18 anos.
“Já joguei com jogadores melhores, mas deixam jogar mais do que este miúdo. Ele é muito intenso e tem muita qualidade técnica. Nunca joguei com uma pessoa tão nova com um nível tão alto. Há poucos jogadores mesmo no topo do ranking a bater tão forte na bola, com tanta intensidade, inteligência e frieza. Ele não dá tempo para jogar, tem uma direita como há poucas no circuito, a esquerda não é tão boa mas tira muito tempo e faz tudo com ela, e é muito sólido na resposta, além do serviço potente. Nunca fiquei tão impressionado com ninguém com esta idade e vai ser dos melhores do mundo rapidamente”, destacou o tenista de 30 anos, rendido ao talento que encontrou do outro lado da rede.
Para o desfecho do embate muito contribuiu o final do set inaugural, com Elias a desperdiçar uma vantagem preciosa. “Senti que ele em alguns momentos conseguiu ser muito mais agressivo do que eu e isso deixou-me um pouco desamparado e sem saber o que fazer e não consegui imprimir o meu ritmo e o meu estilo de jogo. Liderei por 5-2 no primeiro set e se fecho a 5-3 podia ter sido diferente. Um jogador destes solta-se mais depois de passar para a frente e fica mais perigoso. Senti muito também a troca de bolas. Até ao 5-2 o jogo estava lento e isso estava a favorecer-me, com a troca de bolas o jogo ficou muito mais rápido e tive mais dificuldades em fazer o meu estilo de jogo. O serviço dele começou a fazer muita mossa, o kick dele é muito ofensivo, e isso foi favorecido com as bolas novas, além de que eu falhei ali uns primeiros serviços e ele agarrou a iniciativa”, considerou.
Gastão Elias parte agora para o próximo torneio com legítimas ambições de lutar pelo triunfo depois de mais uma boa semana, prova que “anda a fazer as coisas bem feitas”. A subida no ranking, apesar de assinalar, ainda é a conta gotas devido ao sistema atual de pontuação e o lourinhanense sente que tem nível para voos maiores. “Sinto-me bem ao voltar a estas andanças. Apesar do meu ranking, os jogadores respeitam-me. Qualquer jogador neste nível que vai jogar contra mim não vai olhar para o meu ranking porque a maioria sabe do que sou capaz e das qualidades que tenho. Isso motiva-me”.