Gastão Elias certo do seu “nível para estas andanças”

Sara Falcão/FPT

OEIRAS — Mais de três anos depois, Gastão Elias voltou a triunfar sobre um tenista dos 100 primeiros do ranking ATP, após bater o argentino Federico Coria no Oeiras Open 125. Uma vitória que veio comprovar tudo o que diz sentir mesmo nos momentos difíceis: (ainda) tem ténis para dar e vender.

“Nestes três anos nunca estive preocupado com o meu nível de jogo nem preocupado se iria voltar a ganhar a jogadores deste calibre. O que aconteceu hoje só demonstra isso. Joguei contra um jogador do top 100 e senti que podia ter controlado ainda mais o jogo e podia ter ganho de forma mais fácil. Isso mostra que tenho nível para andar nestas andanças”, afirmou Gastão Elias em conferência de imprensa, depois da conquista em três sets. “Tenho este ténis dentro de mim e tenho mais, espero eu (risos). Estava mais preocupado na primeira ronda para ver como seria, apesar de ter experiência em jogar depois de longas paragens, o que tem acontecido nos últimos anos. Mas ao mesmo tempo estava confiante porque fisicamente estou bem e porque me senti a jogar bem nos últimos dois Challengers. O que queria era dar continuidade ao bom encontro na primeira ronda, sobretudo para subir no ranking, e foi isso que consegui”.

Mesmo admitindo que os treinos são bastante distintos dos jogos, Elias ficou agradado com uma vitória frente a Albert Ramos-Vinolas na semana do Millennium Estoril Open, num set de treino. “Sinto-me de igual para igual com estes jogadores e hoje foi óptimo poder pôr em prática o nível que julgo ter”.

A confirmação de tudo o que julgava ocorreu no Court Central do Complexo de Ténis do Jamor depois de alcançar a segunda vitória da semana, rumo aos quartos de final do Oeiras Open 125. “Podia ter descomplicado um pouco o jogo no 2º set. Tive set e break de vantagem. O vento também veio atrapalhar um pouco as coisas, começou a piorar no 2º set, e para quem está no controlo do jogo isso é uma desvantagem porque qualquer tipo de alteração nas condições faz com que possa mudar muito o jogo e foi isso que aconteceu. No entanto, senti que controlei a maioria dos pontos, e isso é uma das coisas que tenho andado a trabalhar, ser bastante agressivo”, realçou, feliz com o desempenho apresentado, destacando também a “força mental” com que encarou a perda do segundo parcial e a perda das vantagens que obteve no set decisivo.

Sobre o duelo aguardado com Carlos Alcaraz na fase dos oito melhores tenistas, o atual 313 do mundo não se considera favorito, mas “apto para ganhar”“Ele é já uma estrela e tem batido grandes nomes no circuito. Vai ser mais uma forma de medir o meu estado e o meu actual momento de forma.  Espero que a minha experiência me ajude nalgumas coisas e estou animado para saber como será o meu encontro contra esta promessa do ténis mundial”.

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