OEIRAS — Não foi um dia fácil para as cores portuguesas. Gonçalo Oliveira foi o único português a rumar à ronda de acesso ao quadro principal do ATP Challenger 125 Oeiras Open, enquanto Luís Faria, Tiago Cação e Francisco Cabral ficaram pelo caminho, mas, no final, não deixaram de analisar os respetivos embates em conferência de imprensa.
Luís Faria foi o primeiro a ir a jogo (cedeu em três sets após um primeiro de excelente qualidade) e não se mostrou nada intimidado por estar a disputar o encontro de maior nível da sua ainda curta carreira. “Também joguei aqui os outros dois Challengers, o nível neste é mais alto, mas no fundo não pensei muito nisso e fui para o campo para jogar o melhor que sei e tentar ganhar”, referiu. “Entrei muito bem e ganhei 6-1, mas ali a partir do 4-0 ele aumentou o nível. Ainda deu para fechar, no entanto o jogo já estava muito renhido e ele depois no segundo set reagiu bem e jogou melhor, foi mais agressivo e acho que isso foi determinante”.
Já para Francisco Cabral a experiência não foi a melhor. “Hoje foi o encontro de toda a minha carreira em que me senti mais impotente. Estavam umas condições pesadíssimas, a bola pesadíssima, o adversário falhou muito pouco, portanto houve ali um cenário que não foi de todo favorável, acabei por não estar à altura do desafio”, considerou o tenista do Porto após um desaire pesado por duplo 6-1 frente a Alex Molcan.
Tanto Cabral como Tiago Cação não chegaram ao segundo maior torneio português nas melhores condições, visto que terminaram as suas prestações no ITF de Valldoreix (perto de Barcelona) neste sábado — Cabral jogou a final de pares, Cação a meia-final de singulares. Mas ambos descartam qualquer desculpa: “Não estou fisicamente cansado, o último singular que fiz foi na terça-feira, portanto acabei por ter tempo de recuperar. Não foi tanto pelo cansaço, mas sim pelas condições muito diferentes em relação às duas semanas em que competi em Espanha, até porque não foi uma viagem muito longa. Claro que não deixa de ser uma viagem, joguei pares e passei para singulares, claro que a preparação não foi a ideal, mas tentei fazer o melhor possível e só tenho a agradecer o convite que a FPT me deu”, referiu o portuense.
Ideia semelhante para o tenista natural de Peniche. “Joguei 3h30 ontem com o Martin Cuevas e hoje mais 1h30, 1h45. Senti-me cansado, mas acho que isso não teve qualquer interferência no resultado. Tive as minhas oportunidades, 3-0 acima no primeiro set, com dois breaks. Se calhar faltou-me ser mais decisivo nesses momentos. Queria aproveitar esta oportunidade ao máximo para jogar este Challenger. Preferia não ter jogado porque significaria que hoje estava na final, mas ontem quando perdi tive o terceiro set quase todo em cãibras, pensei que não ia conseguir jogar aqui, mas fui tomar um banho e meti na cabeça que ia estar a full aqui e foi isso que fiz, acho que vendi cara a derrota”, reiterou.
Apesar das derrotas, os tenistas lusos retiram boas experiências de competir num torneio tão forte. “Já controlo melhor as emoções, tenho mais jogos nas pernas a este nível e isso é importante. Viu-se no primeiro set que entrei determinado, destemido e quantos mais jogos fizer a este nível melhor, estou a melhorar imenso e isso é o que interessa”, apontou o vimaranense Luís Faria.
Tiago Cação mostra-se otimista para o que aí vem. “Tenho andado a fazer boas semanas. Em alguns momentos os resultados não foram os que eu queria, mas ando com o foco e ando a treinar da melhor maneira possível, portanto sei que mais tarde ou mais cedo irei conseguir chegar longe nos Futures e sei que também estou a treinar com nível para estar a disputar estes encontros. Estou bastante mais ciente do que tenho a fazer”, realçou.
Para os portugueses, a fase de qualificação do Oeiras Open 125 fica a cargo de Gonçalo Oliveira, que esta segunda-feira pode juntar-se a cinco outros portugueses no quadro principal: Pedro Sousa, Frederico Silva, João Domingues, Nuno Borges e Gastão Elias.